No domingo à noite, o Pornhub emitiu um comunicado em que informava os seus visitantes e colaboradores que iria remover do seu site todos os vídeos que não fossem criados pelos seus parceiros de conteúdo ou por membros verificados.

No dia seguinte, de acordo com a Motherboard da Vice, deu-se o "apagão" maciço de conteúdo que eliminaria a maior parte da sua biblioteca. Em números, isto significa que o site passou de 13.5 milhões de vídeos disponíveis para 2.9 milhões.

No início deste mês, Nicholas Kristof escreveu no New York Times que o PornHub estava "infestado de vídeos" de crianças e que lucrava com os mesmos — além de existirem outros tipos de violência sexual. O colunista frisou que é possível ver na plataforma vídeos com agressões a mulheres e raparigas inconscientes, incluindo um vídeo de uma rapariga de 14 anos. O Pornhub permitia que os vídeos fossem descarregados diretamente do seu site, levando a  que o conteúdo se espalhasse e fosse novamente carregado mesmo depois de ter sido retirado.

O Pornhub negou as alegações, afirmando que qualquer afirmação de que permite material sobre abuso sexual infantil na sua plataforma é "irresponsável e flagrantemente falsa", de acordo com a CNN.

Em comunicado, revelou que iria mudar várias políticas da empresa, incluindo a proibição de contas não verificadas de carregarem novos conteúdos no site. Os vídeos retirados aguardam verificação e revisão, processo que terá início no próximo ano. Antes desta mudança, qualquer pessoa podia criar uma conta e carregar um vídeo. Assim era desde o lançamento da plataforma em 2007.

Os utilizadores verificados, de acordo com a Motherboard, são aqueles que submeteram uma fotografia dos próprios enquanto mostravam um pedaço de papel com o seu nome de utilizador escrito à mão. Contudo, a empresa afirma àquela publicação que o processo será mais minucioso em 2021, mas não forneceu pormenores. Ser verificado torna os utilizadores elegíveis ao programa ModelHub, o que lhes permite rentabilizar os seus vídeos.

O artigo provocou uma cadeia de acontecimentos que abalou a indústria pornográfica, de acordo com a Motherboard. A Mastercard e a Visa chegaram mesmo cancelar os seus serviços com empresa.