“Hoje em dia é tecnicamente possível a um Governo seguir uma pessoa minuto a minuto, saber onde está, para onde vai, com quem fala ou o que está a comprar”, lembrou Brad Smith, durante a sua apresentação na cimeira Web Summit que está a decorrer em Lisboa até quinta-feira.

Para o presidente da Microsoft, é preciso criar “regras muito claras” que garantam a segurança das pessoas num mundo onde a Inteligência Artificial (IA) já faz parte do seu quotidiano.

Brad Smith lembrou que a IA está presente em coisas tão simples como a Netflix, ao sugerir novos filmes ao cliente, tendo em conta os que já foram vistos, um serviço de música que apresenta bandas semelhantes às que costuma ouvir ou uma aplicação de telemóvel que consegue transcrever o que uma pessoa diz.

A capacidade de identificar impressões digitais e rostos são outras das mais-valias desta nova tecnologia que pode ser também bastante perigosa: a IA permite identificar um criminoso e encontrar uma criança perdida, mas também pode ser usada para perseguir inocentes.

As pessoas têm de se sentir livres para participar numa manifestação, por exemplo, sem a sensação de poderem vir a ser perseguidas, e para isso é preciso garantir que existe um compromisso entre as empresas que criam estas tecnologias e os governos para que esta ferramenta não seja mal usada, defendeu.

A Microsoft, juntamente com muitas outras empresas como a Cisco ou o Facebook, celebrou recentemente um acordo em que se comprometeram a seguir dois grandes princípios: garantir a segurança dos seus clientes em todo o mundo e não ajudar governos ou criminosos a atacar pessoas inocentes ou empresas.

Mas para Brad Smith é preciso ir mais longe, criando legislação internacional.

“Ninguém, nenhuma empresa nem nenhuma tecnologia pode estar acima da lei”, defendeu, lembrando que “a IA é a capacidade de os computadores perceberem o mundo e tomarem decisões que, até há pouco tempo, eram tomadas pelo Homem”, e é preciso garantir que tudo é feito de forma ética e com “regras muito claras”.

Além da questão ética do uso da IA, existe ainda a questão da privacidade de dados e do impacto no emprego, que também foi abordado por Brad Smith durante a sua apresentação “Opportunities for people in an age of IA”.

Contrariando os receios de os computadores estarem a roubar o trabalho das pessoas, o presidente da Microsoft acredita que dentro de uma década haverá muitos trabalhos na indústria da tecnologia relacionados com áreas tão distintas como história ou política.

Brad Smith defendeu que os jovens devem prosseguir os estudos tendo em conta os seus gostos, mas devem ter também conhecimentos em áreas como as tecnologias, informática ou estatística.

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