“São poucas as pessoas no mundo profissional que estão preparadas para contratar corretamente”, conta Nathaniel Koloc ao Quartz.
Quem é Koloc? Bom, é nada mais, nada menos, do que o homem que esteve à frente do recrutamento das milhares de pessoas que integraram a campanha da candidata democrata Hillary Clinton às eleições presidenciais de novembro, nos Estados Unidos da América.
A sua principal função era supervisionar os vários pontos de campanha espalhados pelo país e dar às pessoas competentes a formação necessária para contratar os elementos necessários para formar uma equipa diversa, competente e arrojada.
Aqui ficam as 6 linhas orientadoras do projeto de Koloc, que culminou na contratação de 4 mil e 300 pessoas em apenas 18 meses.
Fazer da necessidade de contratar uma prioridade
“Se querem contratar grandes pessoas de forma a equilibrar a vossa equipa e obter bons resultados, esta é a primeira coisa que têm de fazer”: arranjar tempo para procurar o melhor candidato possível.
Koloc conta que durante a campanha eleitoral tinha muita gente que se dedicava duas a três horas do seu dia, depois de horas de trabalho, a procurar os melhores candidatos.
Contratar pessoas capazes de inovar
Quando se procuram pessoas capazes de trazer um pensamento "fora da caixa", o contributo de "pessoas que fizeram exatamente aquela coisa antes” é menos necessário, conta Koloc. Nesse contexto, é contraproducente ter alguém que chega e diz “nós devemos fazer as coisas assim, porque já o fiz antes”.
Variedade de candidatos? Procurar bem
“Muitas vezes as pessoas não sabem que existe a opção de trabalhar para a política”. Para combater isso, Koloc diz que foi criada uma campanha online, via Facebook, para chegar a comunidades que, de outra maneira, provavelmente não chegariam, como os afro-americanos ou os latino-americanos.
O resultado? 20% das pessoas que trabalharam nas sedes de campanhas eram pessoas sem qualquer ligação ao partido ou a outra pessoa que trabalhasse na campanha. E dessa abordagem resultou ainda outro dado interessante: 48% dos trabalhadores nunca tinha estado numa campanha antes.
Vender o cargo, mas com cuidado
Existem alguns que recrutadores que supõem que qualquer pessoa ficaria “excitada” pelas simples possibilidade de vir a trabalhar na política; por outro lado, existem outros que "assustam" os eventuais candidatos, pintando um cenário negro relativamente a horários, ambiente de trabalho, etc. Essas pessoas não vendem o cargo, recebem um menor número de candidaturas e, consequentemente, têm também menos pessoas a aceitar as suas ofertas.
“A melhor abordagem é ser específico sobre as dificuldades do cargo a que a pessoa se está a candidatar”, conta Koloc, sendo também necessário saber destacar as vantagens do trabalho. Assim, é criada de imediato uma relação de confiança com o futuro empregado.
A melhor pergunta que se pode fazer numa entrevista é bastante aborrecida
“Quais foram os seus últimos dois trabalhos, foi contratada para fazer o quê, a que recursos teve acesso e o que realmente aconteceu durante esse período”. É esta a pergunta chave de Nathaniel Koloc, que revela que, frente a frente, a pessoa não pode "embelezar" a sua carreira.
Dar aos candidatos cenários de teste
Koloc conta que quando se estava a preparar a equipa que iria viajar e acompanhar de forma mais permanente Hillary Clinton, os recrutadores perguntaram aos candidatos “Se fossem 3 horas da manhã, estivesses a trabalhar e de repente tomavas conhecimento de que o jato onde a Hillary estava a viajar tinha avariado, o que é que fazias?”.
Não há nenhuma resposta correta, conta Koloc, mas até a simples resposta como “avisaria o meu superior” pode dar uma pista para o tipo de trabalhador e de pessoa que aquele candidato é.
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