Traduzido e editado em Portugal pela Alfaguara com o título “A Estrada Subterrânea”, o romance deu ao escritor Colson Whitehead o Prémio Pulitzer 2017 para ficção e o National Book Award 2016 também para ficção, juntando-se assim ao pequeno número de autores que ganharam dois dos mais importantes prémios literários norte-americanos, como é o caso de William Faulkner, Annie Proulx e John Updike.
“A Estrada Subterrânea” venceu também o prémio Arthur C. Clarke para ficção científica, encontra-se entre os 13 nomeados para o Man Booker Prize e valeu ao seu autor o título de uma das personalidades mais influentes do ano, pela revista Time, graças ao eco que o romance provocou na sociedade americana.
Além disso, vai ser adaptado à televisão, numa série dirigida por Barry Jenkins, realizador de “Moonlight”, vencedor do Óscar de Melhor Filme.
De acordo com a editora, trata-se de um “romance poderoso”, um “livro de aventuras que é também um livro de viagens”, um “romance histórico com toques de fantasia e distopia” e uma “reflexão sobre a humanidade com toques de fábula”.
Simultaneamente onírica e realista, a história relata a vivência de uma escrava, Cora, numa plantação de algodão no estado sulista da Georgia.
Abandonada pela mãe, Cora cresce no meio da solidão, marginalizada até pelos seus semelhantes, quando Caesar, um jovem escravo acabado de chegar do estado vizinho de Virgínia, lhe fala da ferrovia subterrânea.
Os dois decidem então correr o risco e abandonam a plantação, rumo ao Norte e à liberdade, iniciando nessa madrugada uma fuga sangrenta, que é simultaneamente uma odisseia de esperança e desilusão.
“A Estrada Subterrânea” converte em realidade uma fábula da época esclavagista e imagina uma verdadeira rede de estações clandestinas unidas por um caminho-de-ferro subterrâneo que cruza a nação norte-americana.
“Na fuga, Cora percorrerá os diferentes estados e em cada nova paragem encontrará um mundo novo, numa viagem que é uma descida aos infernos da condição humana mas também uma epopeia de esperança num país onde ainda há homens bons”, destaca a editora.
A ferrovia subterrânea, ou “Estrada Subterrânea”, como o título português lhe chama, não existiu efetivamente como descrita no livro, mas ficou conhecida por esse nome uma rede secreta de caminhos, casas e colaboradores abolicionistas que ajudavam os escravos em fuga.
Colson Whitehead, nascido em 1969, em Nova Iorque, começou por trabalhar a escrever recensões de discos, filmes e livros.
Com o seu primeiro romance, “The Intuitionist”, foi finalista do prémio PEN/Hemingway e vencedor do Quality paperback Book Club’s New Voices Award.
Atualmente tem publicados vários romances e um livro de ensaios, “The Colossus of New York”, tendo sido já finalista de diversos prémios, entre os quais National Book Critics Circle Award, do Los Angeles Times Fiction e do Pulitzer.
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