“Como será a relação entre o ócio e o negócio e o que nos reserva o futuro em termos de novas tecnologias” é a reflexão que, segundo o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, a autarquia pretende lançar na quarta edição do Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos.
O festival abre portas no dia 27 sob o tema “Ócio, Negócio — A Invenção do Futuro”, para “onze dias de debate sobre um tema atual e abrangente”, no âmbito de uma programação que, segundo o presidente da autarquia, “sinalizará também os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago”.
A efeméride será tema de uma conversa entre Anabela Mota Ribeiro e a presidente da Fundação Saramago, Pilar del Rio, a propósito do lançamento do livro “Último Caderno de Lanzarote”, o último volume dos diários do escritor, edição Porto Editora, a realizar na Casa Saramago, inaugurada este ano em Óbidos.
No total, serão, de acordo com o autarca, “831 horas de programação que envolverão 554 participantes diretos”, entre autores, pensadores, artistas e criativos que participarão nas 26 mesas de escritores, 25 concertos e 11 exposições, que compõem o programa com mais de 185 atividades.
Carlos Franz (Chile), Karla Suárez (Cuba), Abdul Rahman Azzam (Qatar), Ismael Mateus (Angola), António Torres (Brasil), José Manuel Fajardo (Espanha) são alguns dos escritores estrangeiros com participação já confirmada.
A organização aguarda ainda confirmação de Arturo Pérez-Reverte, numa mesa sobre “O Negócio da Guerra”, que deverá contar também com Nuno Camarneiro, João Soares, Luís Amado e o general Loureiro dos Santos.
Os autores Hugo Mezena, José Riço Direitinho, Henrique Manuel Bento Fialho, Dulce Maria Cardoso Alfredo Cunha e Ana Sousa Dias são alguns dos portugueses presentes na edição.
Numa parceria com a editora Tinta-da-China, o festival será também palco da gravação do programa “Governo Sombra” e que, uma vez mais, também juntará na vila os humoristas Ricardo Araújo Pereira e Gregório Duvivier (Brasil).
Dividido em cinco capítulos (Autores, Folia, Educa, Ilustra e Paralelo), como nos anos anteriores, o festival substitui nesta edição o Folio Paralelo pela Boémia, “uma programação que juntará leitores e autores em locais improváveis, para lá da meia-noite”, explicou Humberto Marques à Lusa.
No capítulo Ilustra, o festival voltará a ser palco da PIM — Mostra de Ilustração e do mercado de ilustração.
No âmbito do Folio Educa, o IV Seminário Internacional reunirá em Óbidos destacados pensadores nacionais e internacionais na área da educação e do ensino.
Teatro, fado, folk, a prestação de orquestras da região e de solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa também fazem parte do cartaz da Folia, nos 11 dias de festival.
Pelo segundo ano consecutivo o Folio inclui também cursos de escrita criativa e um “Curso Breve” ministrado por Gonçalo M. Tavares, a partir do livro “O Senhor Valéry” e de “Breves notas sobre Literatura Bloom”.
A quarta edição do Folio tem um orçamento de 256 mil euros mas, segundo Humberto Marques, “a programação suportada pelos vários parceiros equivale a um investimento total na ordem de 1,5 milhões de euros”.
O festival conta com os apoios do Turismo de Portugal e do Turismo do Centro, cada um dos quais com uma comparticipação de 20 mil euros, e deverá ainda receber uma comparticipação do Ministério da Educação, num montante a definir.
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