Imediatamente após alunar

"Sentimos o momento mais tranquilo que um humano pode viver. Não há nenhuma vibração. Nenhum ruído. As pessoas em terra pararam de falar connosco. O nosso colega está maravilhado. Ele não consegue dizer nada. A poeira sumiu. De repente damos conta de que pousamos noutro mundo, noutro astro do universo, e o que vemos é visto pela primeira vez por um ser humano, por olhos humanos".

Gene Cernan, Apolo 17

O céu negro

"Perdemos um instante para olhar o céu negro, um céu totalmente negro. O sol brilha, mas não reflete na superfície, não há difusão, nenhum reflexo. Um céu totalmente negro e vemos outro planeta: o planeta Terra (...) Começamos a imaginar que milhões de pessoas vivem nesse planeta e que não percebem a sua fragilidade".

Alan Shepard, Apolo 14

O horizonte

"Fui surpreendido pela aparente proximidade do horizonte. Fiquei surpreso com a trajetória da poeira que levantava com a bota (...) Nunca houve uma nuvem de poeira ali. Teria acontecido se existisse uma atmosfera, mas quando não há nenhuma, não há nuvem de poeira. Fiquei completamente estupefacto quando parei o motor do foguete e vi as partículas que foram expelidas debaixo do motor. Assim que se desligou o motor, essas partículas partiram para além do horizonte e desapareceram instantaneamente, como se o motor estivesse desligado há uma semana. Foi incrível".

Neil Armstrong, Apolo 11

"Há um problema na Lua para a perceção de profundidade. Olhamos para objetos que nunca tínhamos visto. Um grande objeto muito longe parece muito similar a um objeto mais próximo. Não há nenhum poste de telefone, nenhuma casa, nenhuma árvore, nenhum carro para estimar a escala de tamanho como na Terra".

Charlie Duke, Apolo 16

Caminhar leve

"Parece que não há dificuldade para se deslocar, como suspeitávamos. É até mesmo mais fácil que nas simulações com um sexto de gravidade que realizamos na Terra. Caminhar não é realmente um problema"

Neil Armstrong ao centro de controlo, pouco depois de deixar o módulo lunar.

"Comecei a correr lentamente. Tive a impressão de que me movia em camera lenta, com passos preguiçosos, os pés flutuavam ao mesmo tempo no ar".

Buzz Aldrin, Apolo 11, citação retirada do seu livro "Magnificent Desolation"

"Encontrar o equilíbrio não era fácil. Porém, observei que, quando dava saltos longos, tendia a inclinar-me para trás. Uma vez quase que caí e disse para mim próprio que tinha que parar".

Neil Armstrong, num interrogatório técnico.

As luvas

"O maior problema eram as luvas à medida, que eram como bolas (...) Quando queríamos agarrar alguma coisa, tínhamos que apertar para superar a pressão (...) Apertar contra esta pressão era cansativo para os músculos dos antebraços. Imagine apertar uma bola de ténis continuamente durante oito, ou dez horas".

Harrison Schmitt, Apolo 17

Solo duro

"Cravar a haste da bandeira no solo lunar foi mais difícil do que esperado (...) Pela primeira vez, fui atingindo por um choque de pânico. Desde a minha infância que tinha visto os grandes exploradores fincarem as suas bandeiras em novos mundos. [Mas] seria eu o primeiro a fincar uma bandeira que podia cair?"

Buzz Aldrin

Poeira desagradável

"Havia um pouco de poeira lunar no chão [do módulo]. Tinha uma textura abrasiva, como carvão, e um cheiro acre e metálico, tipo pólvora, como o odor que fica no ar depois da explosão de incêndios. O Neil comparou esse cheiro ao de cinza molhada".

Buzz Aldrin

Sentimento metafísico

"De repente dei conta de que as moléculas do meu corpo, da nave espacial e dos meus companheiros vinham de gerações de estrelas. De repente experimentei [esse sentimento] de uma maneira muito pessoal, em vez de uma reflexão objetiva do tipo 'Ah, sim, as moléculas e os átomos vêm das estrelas'. Não: as minhas moléculas foram feitas nessas estrelas, foi uma loucura!"

Edgar Mitchell, Apolo 14