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Não subestimem as séries de secundário
Se eu te pedir para me descreveres o típico enredo de adolescentes americanos, passado numa escola secundária de Nova Iorque, certamente sabes descrever algumas das personagens cliché. Tens o rapaz desportista, que é o maior da escola e que tem todas as miúdas que quiser; a miúda tímida, em quem ninguém parece reparar; e, como não podia faltar, a rainha do liceu, a rapariga que é um misto de confiança e provocação, que desperta desejo e inveja naqueles que a rodeiam.
No Grand Army, o liceu que dá nome à série de que te vou falar, a miúda mais popular chama-se Joey Del Marco, luta pela liderança do grupo de dança da escola e faz por ser sempre o centro das atenções. Com centenas de alunos de olhos postos em tudo o que faz, o feitiço vira-se contra a feiticeira quando, depois de ser violada pelos seus melhores amigos, dois dos rapazes mais desejados da escola, todos lhe apontam o dedo. Dizem que a culpa foi dela, que é uma oferecida e estava mesmo a pedi-las. Aquela que foi, em dias, a luz de toda a escola entra agora numa depressão profunda enquanto tenta lutar contra a falta de memória do que aconteceu naquela noite.
Mas Joey não é a única que vive dias difíceis. Dom é uma rapariga negra que tem o sonho de ir longe na sua vida académica, mas cuja família vive tempos de grande dificuldade e depende da sua ajuda. Sid, o atleta promissor, está a descobrir a sua orientação sexual depois de crescer no seio da sua família conservadora indiana. Leila, uma rapariga com ascendência chinesa, adotada por americanos, sente-se fora do seu ambiente e faz tudo para conseguir encaixar no meio dos restantes estudantes, e acaba por utilizar o sexo como forma de agradar um dos rapazes mais conhecidos da escola (que esteve envolvido na violação a Joey). E, por último, Jayson, um prodígio do saxofone, que por causa de uma brincadeira, vê o seu futuro comprometido depois de ser acusado de roubo.
Estes são apenas alguns dos nomes em destaque na série. Todos eles têm os seus demónios e tentam escolher as melhores formas de os combater, mas nem sempre as coisas correm bem. É em “Grand Army”, disponível na Netflix, que vamos viver a vida destes adolescentes como se da nossa se tratasse.
- Um alter-ego badass: Ainda que faça o papel de miúda tímida, Leila tem vários segmentos na série em forma animada, em que encarna o seu alter-ego empoderado. Num dos meus favoritos, a rapariga imagina que está no quarto com o rapaz dos seus sonhos no meio de um apocalipse zombie e dá-nos a frase icónica “Despacha-te e come o meu clitóris, antes que eu os deixe matar-te”.
- Também se fala de temas importantes: Para além de, no segundo episódio, Joey começar uma revolução feminista em toda a escola, ao longo dos restantes episódios, questões como o racismo, a homossexualidade e a falta de consentimento são temas recorrentes.
Digno da imaginação de Agatha Christie
A próxima sugestão é baseada num caso real e vem agradar quem gosta de desvendar um bom mistério. Decorria o ano de 2002 quando a Argentina assistiu a uma das maiores polémicas do país, que envolvia uma conhecida família da classe alta: os García Belsunce. Quando a socióloga María Marta, conhecida por, entre outras coisas, aparecer algumas vezes no programa de televisão do irmão, foi encontrada morta pelo marido na sua casa de família, numa comunidade fechada e elitista, todos acharam que se tratava de um acidente doméstico.
O óbito foi declarado, o funeral realizado pouco tempo depois e só quando surgiram algumas conversas que não batiam certo, é que alguém se lembrou de abrir uma investigação. Acontece que María Marta teve, segundo as burocracias necessárias a este processo, várias causas de morte diferentes. Entre um traumatismo causado por uma pancada acidental no banho e um ataque cardíaco, acabou por se descobrir, mais tarde, que a vítima afinal tinha sido baleada 5 vezes na cabeça, um “pequeno detalhe” que demorou algum tempo a ser detetado.
Ora, com a hipótese de acidente doméstico posta de parte, chegou a hora de falar sobre suspeitos. Terá sido o vizinho, de quem ninguém no bairro gostava? Um desconhecido que assaltava a casa e apanhou María Marta por acaso? Ou será que foi um plano pensado por membros da sua família, aparentemente feliz?
Para ajudar ainda mais ao mistério, a comunidade onde María Marta e o marido, Carlos, moravam, que supostamente era segura, fechada e vigiada, em muito pouco consegue ajudar na investigação. As poucas provas que existiam foram convenientemente deitadas fora e pouco a pouco todos os álibis começam se tornam inválidos. Aqui todos são suspeitos e a pergunta ainda hoje está por responder. “Quem Matou María Marta?” é a série documental da Netflix que nos conta toda a história e que nos inquieta com os testemunhos de quem é suspeito mas que ainda agora, 18 anos depois, está incansavelmente à procura de respostas.
- Arma-te em detetive: Como te disse, ainda hoje não se sabe o que aconteceu mas, depois de veres a série, de certeza que vais ter alguma versão do sucedido. Aproveita e dá uma vista de olhos neste artigo da GQ México, que reuniu as teorias mais conhecidas sobre o assassinato.
- Uma rapidinha:A série documental da Netflix tem apenas 4 episódios de cerca de uma hora cada, o tempo ideal para que possas ver tudo de seguida. Antes de começares, espreita o trailer para perceber um bocadinho melhor o caso de que te estou a falar.
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Créditos Finais
- Portugal nos Óscares 2021: Já foi escolhido o filme que vai representar o nosso país. “Listen”, de Ana Rocha de Sousa, vai concorrer ao Óscar de Melhor Filme Internacional.
- Sem desculpas para o tédio: No próximo fim de semana, para ajudar a combater o aborrecimento do confinamento dentro de casa, os canais TVCine vão estar em sinal aberto. Já escolheste o que vais ver? Espreita aqui a programação para saberes o que te espera.
- É só um vestido: Nos últimos dias, as redes sociais têm sido inundadas pelas imagens da capa da edição de dezembro da Vogue norte-americana, onde Harry Styles aparece com um vestido. Se há quem partilhe como forma de apoio e admiração, há também quem se sinta ofendido e ache que a masculinidade é definida por uma peça de roupa. Descobre um pouco mais sobre esta capa histórica neste artigo do SAPO24.
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