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Não enganem os velhinhos
Há vilões que têm um lugarzinho especial guardado no nosso coração. Para muitos é o Joker ou qualquer um retirado das histórias de super-heróis. Para mim? São todas as vezes em que Rosamund Pike faz de má.
Se já tinha ficado vidrada na interpretação da atriz britânica em “Gone Girl”, o sentimento arrebatador que me fez pensar “Ela foi mesmo feita para fazer este papel” voltou a surgir depois de ver o seu mais recente filme, “I Care A Lot”. A longa metragem realizada por J Blakeson, o realizador de “Pitch Perfect”, mistura drama, comédia, suspense e um assunto que é particularmente sensível: os velhinhos.
Rosamund interpreta a personagem principal, Marla Grayson, uma vigarista bem sucedida, que ganha a vida aproveitando-se de idosos. Com a ajuda de uns quantos cúmplices, anda ‘à caça’ de pessoas mais velhas que estejam sozinhas ou que sofram de alguma debilidade e vai a tribunal para que sejam consideradas incapazes de tomar conta delas próprias. Assim, Marla torna-se na sua tutora legal, coloca-as em instituições de cuidados, privadas de tudo, e fica responsável por todos os seus bens, desde a gestão de dinheiro às suas casas.
É assim que Marla monta um império à sua volta e que estabelece ligações que a vão ajudar a manter o seu negócio. Mas tudo muda no dia em que uma das suas recentes vítimas, uma senhora que aparenta ser inofensiva e não ter família por perto, tem na verdade ligações a membros da máfia russa. Ao longo de hora e meia de filme, entre ameaças e alturas em que pensamos “É desta que ela morre”, vais experienciar um debate interno que não te vai deixar decidir se queres que a vilã vença ou que a senhora inocente recupere a sua vida.
- Onde ver: “I Care A Lot” é uma produção Netflix e está disponível na plataforma de streaming desde a sexta-feira passada. Espreita aqui o trailer.
- Mais caras conhecidas: Ainda que Rosamund Pike roube todas as atenções, o elenco conta com outros atores que facilmente reconhecemos, como Peter Dinklage e Dianne Wiest.
Free Britney, b*tch!
Há algum tempo que acompanho a carreira de Britney Spears. Muito dancei ao som de músicas icónicas como Baby One More Time ou o clássico Toxic. Também tenho algumas recordações dos primeiros memes e referências que vi quando a princesa da pop rapou a cabeça ou quando toda a internet se riu do vídeo “Leave Britney Alone”. Mas por detrás de tudo isto há uma história e, como em todas as histórias, há várias versões.
Por isso, mesmo que não me considere mega fã, quando comecei a acompanhar a polémica à sua volta, foi impossível não ficar cada vez mais interessada no caso. Há uns meses, escrevi para o SAPO24 sobre o #FreeBritney, onde falei, em termos gerais, sobre o porquê de muitos (leia-se milhões) dos seus fãs estarem indignados com o facto de a sua tutela ter sido atribuída ao pai, Jamie Spears. Podes ler aqui, para algum contexto.
A verdade é que muitas vezes vemos a princesa do pop ser pintada como uma louca, que se deixou levar pelo mundo da fama e que não se soube controlar. Mas poucos são aqueles que conseguem ver o outro lado da história. Creio que é numa tentativa de contar a outra versão da história que surgiu “Framing Britney”, um episódio de uma série documental do jornal The New York Times, que nos dá um olhar mais cru e empático sobre a vida e a carreira da artista.
Desde que começou no mundo da música, foi vítima de um escrutínio sexista e misógino e a sua vida foi exposta ao máximo em tabloides e explorada por paparazzis sedentos de fazer dinheiro. Por exemplo, sabias que, quando rapou a cabeça, uma das frases mais marcantes que Britney disse foi “I don’t want anybody touching me, i’m tired of everybody touching me”? E isto é só uma parte da história que não costuma ser contada. Porque, no final de contas, é só mais fácil se Britney for pintada como uma maluquinha incapaz de tomar conta de si, mas perfeitamente capaz de ser uma máquina de fazer dinheiro e espetáculo.
- Fun fact: O episódio “Framing Britney” foi exibido na segunda-feira à noite no canal Odisseia e podes ver nas gravações automáticas ou se estiveres atento à grelha dos próximos dias. Mas a verdade é que faz parte de uma série que apenas está disponível no serviço de streaming da Hulu (que ainda não chegou a Portugal). Como forma de fazer chegar a história de Britney a mais pessoas por todo o mundo, alguns fãs começaram a publicar o episódio pirateado em sites de pornografia, onde teriam menos chances de ser mandados abaixo (mas a estratégia acabou por não ser muito bem sucedida).
- Um último desabafo: Confesso que ainda tenho esperança de que um dia possamos ouvir toda esta história contada pela própria Britney, que, no meio de reportagens, documentários e petições, parece ser a única que não tem direito a falar.
- P.S.: Talvez ver a minha primeira sugestão e “Framing Britney” logo de seguida não seja uma boa escolha para quem gosta de teorias da conspiração. Arrisco-me a dizer que aqui a ficção parece demasiado real.
Neste mundo há intocáveis?
Melhor ou pior, todos já ouvimos falar da polémica que gira à volta de Woody Allen. Aquele que é um dos cineastas mais conhecidos e influentes da atualidade já nos deu várias obras primas de visualização obrigatória. Mas é impossível ficar indiferente a um escândalo no qual está envolvido. Agora, chegou a hora de dar a palavra a quem achou que estava no momento de falar.
A série documental “Allen v. Farrow” ainda só tem um episódio disponível mas já chega para nos arrepiar com os relatos de Mia Farrow, ex-mulher de Allen, e Dylan, a sua filha. Juntas, contam ao pormenor vários episódios que destruíram a sua família e que traumatizaram a rapariga e aqueles à sua volta. Histórias de abuso sexual, de assédio e de pedofilia que parecem ter passado ao lado do sucesso de Woody Allen, relatadas na primeira pessoa, quase 30 anos depois do nascimento de Dylan.
Entre os testemunhos principais, ouvimos também o ponto de vista de conhecidos e amigos da família, intercalados com peças de imprensa da altura e excertos de declarações de Woody Allen.
- Parte 1 de 4: A série é composta por quatro episódios, que vão ser disponibilizados semanalmente na HBO Portugal e é da responsabilidade de Kirby Dick e Amy Ziering, que dominam a arte de fazer documentários.
Créditos Finais
- Isto aconteceu: A performance de Bad Bunny e Rosalía no Saturday Night Live está a tornar-se viral e eu confesso que estou fã. Vê aqui atuação de “La Noche de Anoche”.
- O Star do Disney+ chegou a Portugal: E nós temos várias sugestões para ti no nosso Instagram. As minhas preferidas são o filme “A Favorita” e a série “You’re The Worst”.
- Dá um spice às videochamadas: No site Backyard vais poder criar o teu espaço, convidar amigos e matar saudades dos serões a jogar jogos. Podem ver vídeos no YouTube juntos, jogar uma espécie de Cards Against Humanity ou até ficar a conhecer-se melhor com perguntas random sobre vários temas. Uma alternativa divertida às noites passadas no Zoom.
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