No novo sucesso da Netflix, a super-heroína é uma portuguesa
Depois do sucesso de “White Lines”, que apontou os holofotes do protagonismo para Nuno Lopes — interpretando Boxer, uma das personagens principais —, chegou agora à plataforma de streaming Netflix mais uma produção que prova o talento dos atores portugueses.
“Warrior Nun” é uma adaptação de banda-desenhada que se converteu numa série de 10 episódios. Algures entre a ação, a fantasia e o drama, a história é narrada e contada por Ava Silva, interpretada pela portuguesa Alba Baptista. Em vida, era uma rapariga tetraplégica que vivia num orfanato católico em Espanha. No início do primeiro episódio, na primeira vez que vemos Ava, está deitada na morgue de uma igreja, indicando-nos a narrativa de que faleceu. Na mesma sala onde se encontra a jovem, entra um grupo de freiras guerreiras vestidas de preto, que pertencem à Ordem da Espada Cruciforme, uma sociedade secreta que tem como objetivo proteger o mundo.
O grupo transporta ao colo a sua líder, que está ferida e sem qualquer salvação. Como forma de minimizar a sua dor segundos antes de morrer, uma das freiras remove uma auréola das suas costas e decide escondê-la no corpo morto de Ava, que ressuscita e ganha uma nova força. Para além de perder o seu problema de mobilidade, a jovem fica com superpoderes e é acolhida pelo grupo, que a treina com o objetivo de a tornar na próxima líder.
Mas a vida de Ava não será facilitada. Para além dos inimigos vindos do inferno, que estão desejosos para deitar mãos na auréola, também no próprio grupo de freiras guerreiras vai encontrar os seus obstáculos, ao mesmo tempo em que se tenta habituar à sua nova realidade.
- Sobre o trabalho de Alba Baptista: Ainda que possa não ser um nome que identifiques de imediato, a sua cara não é indiferente para quem acompanha de perto as produções de ficção portuguesas. Para além de novelas, a atriz já participou em várias séries portuguesas, como “Filha da Lei”, “Madre Paula” e “Sim, Chef!”, todas produções da RTP. “Warrior Nun” o seu primeiro trabalho internacional.
- A origem da “Warrior Nun”: a inspiração para a série surgiu na banda desenhada americana de estilo manga de Ben Dunn, “Warrior Nun Areala”. Publicada originalmente em 1994, o feedback não foi completamente positivo. Adaptado agora para série, o universo parece ter ganho maior popularidade e, em Portugal, à data de publicação desta newsletter, é o segundo conteúdo mais visto da Netflix.
Todas as idades são idades dos porquês
Hoje em dia, estamos cada vez mais sensíveis aos conteúdos que consumimos. Tem de nos entreter, mas também gostamos que nos informe ou eduque sobre algum tema. A verdade é que nem sempre é fácil arranjar um equilíbrio perfeito entre estas três vertentes, mas há um canal de YouTube que conseguiu canalizar o seu conteúdo para este tipo de temas.
O “The Infographics Show” está no ar desde 2009 e soma mais de 8,5 milhões de subscritores e quase 2 mil vídeos. O primeiro publicado tem o título “Porque é que choramos?”, e desde então que o canal se tem reinventado, abordando assuntos que se dividem em várias rubricas que procuram contar histórias, explicar temas do dia-a-dia ou até mesmo responder a desafios que já colocámos na nossa cabeça.
“O que é que tornou a Peste Negra tão mortífera?” ou “E se houvesse uma guerra no Espaço?”são dois exemplos que mostram que a temática vai do passado ao futuro. Aos vídeos, junta-se a componente visual gráfica, com uma espécie de desenhos animados sobre assuntos de adultos, que são capazes de nos entreter durante horas.
- Os mais vistos: “O que acontece ao corpo durante o sexo?”, “A forma louca como El Chapo escapou da prisão” e “O que acontece quando morres?” são, por ordem crescente, os três títulos (traduzidos para português) que contam com um maior número de visualizações.
- Tu contra o mundo: Uma das minhas rubricas favoritas coloca frente-a-frente o comum mortal e algumas das personagens mais conhecidas dos filmes de terror. Alguns exemplos são contra o Pennywise, personagem do universo IT, o serial killer ficcional Hannibal Lecter ou até mesmo o Jigsaw, da saga Saw.
Um crime real arrepiante que passou das páginas para a série
Nunca haverá demasiados conteúdos sobre crimes macabros que ficaram por resolver. Esta frase vem de uma amante incondicional deste género e que está sempre à procura de novos filmes, séries, livros ou podcasts que falem de mistérios, assassinatos ou crimes que aconteceram na vida real. A minha recente obsessão? “I’ll Be Gone In The Dark”.
Trata-se de uma minissérie de seis episódios baseada num livro best-seller com o mesmo nome, de Michelle McNamara. A escritora americana investigou a fundo um predador violento que ficou conhecido pelo nome de ‘Golden State Killer’ e que atuou nos anos 70 e 80. Ainda que tenha passado por anónimo durante vários anos, as suas mais de 50 violações e 12 homicídios deixaram marcas na história da América.
Mas mais do que contar a história destes crimes macabros, os episódios da série acompanham-nos numa viagem pela investigação de Michelle McNamara, que terminou com um final trágico. A autora, também ela grande fã destas histórias, cruzou-se com o Golden State Killer e rapidamente deixou que a sua vida pessoal e profissional fosse consumida pelo caso.
- Onde ver: Depois do sucesso do livro de Michelle McNamara, a adaptação em formato de minissérie chegou à HBO, com episódios novos a estrear todas as semanas. Espreita aqui o trailer.
- O blog de Michelle: Enquanto se dedicava ao Golden State Killer, ou ainda antes, quando investigava outros crimes e mistérios, Michelle McNamara documentava a sua jornada no blog “True Crime Diary”, página que ainda hoje está disponível para leitura.
- Para quem gosta deste género: As plataformas de streaming têm várias ofertas. Experimenta dar uma vista de olhos por “Making a Murderer” (Netflix), “Jeffrey Epstein: Filthy Rich” (Netflix) ou “There’s Something Wrong With Aunt Diane” (HBO).
Créditos Finais:
- Nem tudo o que parece é: Para quem está neste maravilhoso mundo da internet há algum tempo, ouvir falar do termo “fake” não é nenhuma novidade. Mas o termo está a ganhar novas dimensões e hoje em dia já se fala de “deepfakes”. Queres saber o que são? Dá uma vista de olhos neste artigo publicado no The New York Times.
- O diabo está quase de volta: Os fãs da série “Lucifer” estão em contagem decrescente para ver a quinta temporada. Com estreia marcada para dia 21 de agosto, a Netflix quis garantir que abria o apetite e já divulgou o trailer. Espreita aqui.
- Será que estamos a assistir à queda do TikTok? Pode ser considerada por muitos a rede social do momento e conta com mais de dois mil milhões de downloads em todo o mundo. Na última semana, depois de ser banida na Índia, surgiram alguns rumores de que também os Estados Unidos estão a pensar bloquear a app. Descobre um pouco mais sobre o assunto neste artigo do The Verge.
- Um filme que está de parabéns: esta semana, no dia 16 de julho, a longa-metragem “Inception” sopra 10 velas de aniversário. Se estás à procura de um filme para ver ou rever numa sessão de cinema caseira, a sugestão fica dada.
Já estamos no Twitter! Segue-nos em @vaisgostardisto, página que vamos utilizar para acompanhar o dia-a-dia do mundo na cultura pop.
Tens recomendações de coisas que eu podia gostar? Ou uma review de um dos conteúdos que falei? Envia para mariana.santos@madremedia.pt
Comentários