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Um murro no estômago
“Pieces of a Woman” estreou esta semana na Netflix e é apontado por muitas publicações como um provável candidato aos Óscares deste ano. O filme começa por retratar um casal à espera do seu primeiro filho que decidiu ter o parto em casa, apesar de várias pessoas próximas de si recomendarem o contrário.
O casal, Sean e Martha, tinha tudo planeado ao detalhe até que o destino quis que a parteira com quem tinham tudo combinado ficasse indisponível e que tivessem de recorrer a uma substituta que não conheciam bem. Por norma, as cenas de parto nos filmes e em séries não passam de uns meros segundos. No entanto, para quem, como eu, tinha um conhecimento reduzido do processo de um parto caseiro (ou de um parto normal), a primeira meia hora do filme é um exemplo do sofrimento pelo qual as mulheres têm de passar para dar à luz e do impotente papel de consolo desempenhado pelos homens.
Apesar da interessante aula de biologia humana, o parto acaba por ter o desfecho que qualquer casal mais teme: a perda de vida do bebé. De rastos, Sean e Martha escolhem formas diferentes de lidar com a sua tristeza e luto: um está desejoso de encontrar um culpado e agir criminalmente contra a parteira, enquanto o outro quer dar o filho para investigação científica; um tenta rapidamente voltar à vida normal e ignorar a família, enquanto o outro, incapaz de esquecer o que aconteceu, escolhe o álcool e droga para lidar com a situação. No espaço de meses, aquilo que parecia ser um futuro risonho torna-se numa relação com um prazo de validade.
Provavelmente os dias que correm não pedem um trauma emocional no ecrã para nos animarmos. Mas este filme é um murro no estômago com o qual podemos aprender.
- Caras conhecidas: Vanessa Kirby (“The Crown”) e Shia LaBeouf (“Transformers”) protagonizam o casal do filme.
- Isto fez-me lembrar: “Manchester By The Sea”, filme de 2016 premiado com diversos prémios, que teve um registo e uma abordagem parecida a um trauma emocional.
As piadas de um chato de serviço
Foi uma das inspirações para o filme “Joker” e, quando foi lançado, em 1982, já abordava uma questão que continua atual: como atingir o sucesso rapidamente, num mundo em que a perceção é tudo.
“The King of Comedy” (“O Rei da Comédia”) foi realizado por Martin Scorsese e protagonizado por Robert De Niro. Conta a história de Rupert Pupkin, um aspirante a comediante “que não joga com o baralho todo”, que decide que a forma mais rápida de chegar ao sucesso é conseguir ter uma conversa pessoalmente com o seu ídolo, um bem-sucedido humorista e apresentador chamado Jerry Langford.
Para isso, Pupkin elabora esquemas (ou torna-se simplesmente no chato de serviço) para convencer Langford e a sua equipa a darem-lhe uma oportunidade no seu Late Night Show. Em simultâneo, Pupkin cria também um mundo imaginário no qual ele e o seu ídolo partilham uma amizade e onde é uma presença regular no programa. No mundo real, Rupert vai acumulando rejeição atrás de rejeição, o que o leva a tomar medidas extremas para conseguir o que quer. Se isso o pode levar à prisão? Sim. Se pode ser a maneira de atingir a fama e atenção que deseja? Provavelmente.
- Onde ver: o filme está disponível na Amazon Prime Video.
- Fun Fact: Apesar de ter sido amplamente elogiado pela crítica da altura e ser uma referência atualmente, o filme foi um flop de bilheteira rendendo apenas 2.5 milhões de dólares, depois de ter custado perto de 20 milhões.
Palavrões, para que vos quero?
Não sei se já foi feito, mas se uma universidade decidisse fazer um estudo a comparar o número de palavrões ditos em 2020 com o número dito em anos anteriores, certamente ia encontrar alguns resultados curiosos. “History of Swear Words” (História dos Palavrões), um novo magazine da Netflix, não faz isso, contudo faz algo sobre o qual todos já nos questionámos em algum momento da nossa vida: de onde surgiram os palavrões?
Esta série é apresentada pelo ator Nicolas Cage e tem uma abordagem muito engraçada na maneira como explica a evolução dos palavrões e o poder do contexto em que podem ou não ser utilizados. Em seis episódios, cada um dedicado a um palavrão, assistimos a uma mistura de partilha de experiências de humoristas com a palavra com explicações de cientistas e professores sobre os diferentes significados que os termos ganharam ao longo dos tempos e os efeitos negativos e positivos que a sua utilização pode ter.
Para quem gosta de cultura pop e de saber referências, “History of Swear Words” também faz uma análise interessante sobre a forma como movimentos musicais como o hip hop, séries como “The Wire” ou atores como Samuel L. Jackson permitiram que certos palavrões evoluíssem de “coisas que não podemos dizer” para algo que está tão entranhado na nossa cultura que já não conseguimos viver sem os usar… em certos contextos.
- Fica a ideia: a série analisa a origem dos termos ingleses, que terão em muitos casos uma origem diferente dos “nossos” palavrões, que vêm provavelmente dos primórdios do latim. Para quando uma versão portuguesa apresentada por Ricardo Araújo Pereira sobre o bom vernáculo português?
Créditos Finais
- Lançamentos musicais: estes são os 41 álbuns mais antecipados de 2021 para a Pitchfork, nos quais destaco um novo álbum de Adele e de Lorde e de grandes nomes do hip hop como Kendrick Lamar e J.Cole.
- O que aí vem: estes são os filmes mais esperados de 2021 para a Variety, alguns deles já com trailers disponíveis. Se os vamos ver no nosso sofá em streaming ou numa sala de cinema? Só o tempo o dirá.
- Resoluções de Ano Novo: são difíceis de fazer e muito fáceis de esquecer rapidamente, sejam elas pessoais ou profissionais. Estes podcasts podem ajudar-te a ter a motivação e o apoio de que precisas.
- O que acontece em 2020, fica em 2020: é algo que as pessoas responsáveis por fails em redes sociais no ano que passou não poderão dizer. Encontra os maiores fails em redes sociais de 2020 nesta lista feita pela Vox.
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