"Temos que entender que não existe nenhum planeta no Sistema Solar tão confortável como o planeta Terra, não existe um 'planeta b' ou uma 'solução b', por isso temos que resolver os problemas da Terra aqui", afirmou Martin Rees, antigo presidente da Royal Society, a academia de ciências do Reino Unido e a mais antiga sociedade científica do mundo.
"Uma das coisas com as quais temos que nos preocupar, em primeiro lugar, passa pela pesada pegada ecológica que impomos ao planeta, com o aumento da população e as alterações climáticas, por exemplo", disse Rees à Lusa à margem da conferência "A ciência no século XXI: oportunidades e ameaças", na Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
De acordo com o astrofísico, embora os humanos dependam da ciência e da tecnologia para alimentar o mundo, para comunicar e para a saúde, à medida que estas se vão tornando mais poderosas, aumentam os benefícios associados mas também os riscos.
Um dos desafios futuros, referiu, será a regulação por parte dos governos da utilização da tecnologia, como a inteligência artificial, por pequenos grupos ou indivíduos.
Quanto às oportunidades, considera que as inovações em biotecnologia e na edição genética têm potencial para combater alguns tipos de doenças ou conseguir alimentos mais eficientes.
Investigador em temas ligados à formação de galáxias, núcleos galácticos ativos, buracos negros, explosões de raios gama e aspetos mais especulativos da cosmologia, Martin Rees avançou ainda que que no futuro serão os robôs a ir para o espaço explorar outros planetas e construir grandes estruturas como telescópios.
Organizada localmente pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto e pelo Planetário do Porto - Centro Ciência Viva, a conferência insere-se no âmbito do Mês da Educação e da Ciência 2017, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).
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