“Ao contrário do que tínhamos previsto, o edifício da rua Augusta não reabrirá em 2018, devido a atrasos nas obras, e isso fará com que continuaremos a desenvolver a nossa programação ‘MUDE Fora de Portas’, em Lisboa e não só”, afirmou hoje Bárbara Coutinho, em declarações à agência Lusa.
O MUDE encerrou em maio de 2016, para obras de requalificação integral do edifício de oito pisos, na rua Augusta, na Baixa de Lisboa, mas continuou a atividade numa programação de exposições, dentro e fora da capital, “MUDE Fora de Portas”.
Quanto à data prevista de reabertura, a responsável preferiu “não avançar com nenhuma informação em relação a 2019 ou 2020”. “A informação que passamos e que podemos – falo em nome da Câmara Municipal de Lisboa e do MUDE, que é um museu municipal – é que não abrirá em 2018. Preferimos aguardar por informações mais sólidas e mais seguras, para manter sempre o público atualizado sobre o que vão ser os próximos passos”, justificou.
A requalificação integral do edifício, referiu, “é uma obra muito complexa”. “É uma obra que, importa não esquecer, não está a ser feita para uma exposição temporária ou para que o público a possa utilizar para um período curto. Estamos a fazer uma obra para a instalação de um museu, algo bastante complexo, exigente”, disse.
Em abril do ano passado, a diretora do museu anunciou que o Palácio Calheta, na zona de Belém, iria acolher até meados deste ano três exposições, regressando depois o MUDE à rua Augusta.
Assim, no ano passado, estiveram patentes no Palácio Calheta as mostras “Novo Mundo – Visões através da Bienal Iberoamericana de Diseño. 2008-2016”, entre abril e julho, e “Como se pronuncia Design em português: Brasil Hoje”, de setembro a dezembro.
Para este ano, está programada uma outra exposição, “Tanto Mar. Fluxos transatlânticos pelo design”, que deveria ter sido inaugurada a 27 de janeiro e estaria patente até 20 de maio. Entretanto, o MUDE anunciou que a mostra será inaugurada no sábado e ficará patente até 15 de julho.
Com a reabertura do edifício da rua Augusta adiada, a programação “MUDE Fora de Portas” irá estender-se por mais tempo, continuando “a procurar ir ao encontro das pessoas, e [desenvolver] o trabalho de divulgação, apresentação, debate, sobre o ‘design’ nas suas diferentes perspetivas até que a obra termine”.
“Muito brevemente creio que poderei dar mais informações concretas sobre por onde o MUDE andará”, disse.
Este programa, no entanto, não deverá acabar quando o museu regressar à base. “Toda a ação fora do edifício que iniciámos com o ‘MUDE Fora de Portas’ é nossa intenção manter. Claro que as coisas terão depois outra ponderação e outra calendarização, quando regressarmos à rua Augusta, em termos de sede do museu”, referiu Bárbara Coutinho.
Referindo que a “estratégia de uma ação que extravasa as portas do edifício e que vai ao encontro das pessoas faz parte da filosofia do museu”, a responsável recordou que, antes de sair da rua Augusta, o MUDE já tinha “feito algumas parcerias com outras instituições, no âmbito da saída e da relação com outros museus, entidades culturais, em Lisboa, fora de Lisboa e no estrangeiro”.
Inaugurado em 2009, com base na Coleção Francisco Capelo, o MUDE recebeu, até à data de encerramento do edifício sede, mais de 1.920.500 visitantes, apresentou 58 exposições, realizou 177 eventos e 39 edições relacionadas com o seu acervo de moda e ‘design’.
O acervo do MUDE ganhou, nestes sete anos de existência, mais de 800 novas peças para incorporação, sobretudo doações na área do ‘design’ e da moda de criadores portugueses.
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