O espetáculo imaginado pelos coreógrafos Howard Quintero, Ely Regina, Ricardo Flores, Enrique Perez-Cancio Cantero e Laura Viola é repartido por duas partes, uma primeira mais sombria e que convida à introspeção e outra mais festiva e celebratória, explicou à agência Lusa a diretora da companhia, Annarella Sanchez.
“A primeira é uma coreografia abstrata, neoclássica com elementos clássicos, num ambiente mais cinzento, mais escuro, com música de Haydn, para deixar à imaginação de quem está observando”, explicou.
Depois, “As portas que Abril abriu” assume “uma mensagem não-abstrata, em que se manifesta uma história” pontuada pela cor dos figurinos e vivacidade das coreografias.
“É mais um ambiente de festa, em que as pessoas não estão reprimidas”.
Segundo Annarella Sanchez, a criação procura responder ao desafio de apresentar a dança de forma “a que pudesse chegar a todas as pessoas”.
Na preparação, os coreógrafos tiveram aulas de História, para procurarem o que foi o 25 de Abril para Portugal.
Mas também para os muitos bailarinos envolvidos, “quase 120, entre profissionais, semi-profissionais e alunos [do Conservatório Internacional Annarella Sanchez]”, o novo espetáculo da Companhia de Ballet Clássico de Leiria está a ser “uma nova descoberta”.
A professora cubana, radicada em Portugal há mais de duas décadas, explicou que entre o elenco há bailarinos e bailarinas de 16 nacionalidades, desde a Nova Zelândia aos Estados Unidos da América, passando pelo Japão, Coreia do Sul, México ou Colômbia.
“Para eles, está a ser uma novidade - uma novidade boa, porque ao mesmo tempo que estão a participar nas coreografias, estão a aprender uma história”.
Entre as surpresas do programa, a diretora antecipou a transformação “do ballet ‘Valsa das horas’ em ‘Valsa dos cravos’”, e uma nova coreografia para “Grândola, vila morena”.
“O resultado é muito bonito”, considerou Annarella Sanchez, que deseja “transmitir uma mensagem positiva, um pouco romântica também”, para o público que assistir à estreia de “As portas que Abril abriu”, no sábado, no Teatro José Lúcio da Silva, às 21h30, com entrada livre.
“Queremos que o público saia com boa disposição, com alegria e vontade de ir trabalhar no dia seguinte. Que as pessoas saiam dispostas a continuar a lutar pelo seu trabalho, pelas suas aspirações e ambições”, concluiu.
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