De acordo com o Museu do Oriente, a peça, que retrata cenas da vida de Cristo, está em exposição ao público, pela primeira vez, a título de empréstimo, naquele museu, no âmbito da exposição "Japanese Art in the Age of Discoveries".
A mostra explora a arte na perspetiva da interação cultural, focando-se em particular no período entre 1543 - quando os portugueses chegaram ao Japão e aí introduziram as armas de fogo - e 1639, quando o regime Xogunato Tokugawa proibiu o monopólio do comércio pelos cristãos.
A exposição reúne mais de 120 peças provenientes de museus nacionais japoneses, de coleções imperiais e de templos do país, e de duas coleções estrangeiras: a do Museu do Oriente, em Lisboa, e a do Museo Soumaya, da Fundacíon Carlos Slim, do México.
Na época dos Descobrimentos, os biombos - byōbu, em japonês - atravessavam os mares com muita frequência, na qualidade de presentes para os países de destino, segundo um comunicado do Museu do Oriente.
Executado em madeira, laca colorida e pintura a óleo sobre tela, o biombo data do século XVII-XVIII e retrata cenas da vida de Cristo e posteriores à ressurreição, revelando a influência da pintura japonesa na arte produzida noutros países.
O comunicado cita a responsável pelo acervo e exposições do Museu do Oriente, Joana Belard da Fonseca, que descreve a peça como "um exemplar raro que combina a técnica de lacagem de Coromandel com a pintura ao estilo ocidental executada na China, possivelmente com base em pinturas ou gravuras religiosas europeias, um facto muito invulgar dado que a maioria destas obras era decorada com temas chineses".
"Possivelmente, esta é uma peça de encomenda que poderá testemunhar o trabalho de evangelização dos missionários jesuítas na China", acrescenta.
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