De acordo com a lista de nomeados, divulgada hoje, a cantora Maria Mendes está indicada para o Grammy de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, com o tema "Asas Fechadas", de Amália Rodrigues, que gravou no álbum "Close to me", com John Beasley e a Metropole Orkest da Holanda, lançado em outubro de 2019.

A cantora Maria Mendes está indicada para o Grammy de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, com o tema "Asas Fechadas", de Amália Rodrigues, que gravou no álbum "Close to me", com John Beasley e a Metropole Orkest da Holanda, lançado em outubro de 2019.

Foi com este mesmo tema que Maria Mendes e John Beasley estiveram nomeados este ano para os Grammy Latino, sem que tenham conquistado o prémio na sua categoria.

"Close to me" é o terceiro disco da cantora portuguesa, radicada há mais de uma década na Holanda, e o primeiro totalmente cantado em português.

Em entrevista à agência Lusa, quando o álbum saiu, Maria Mendes recordou que a ideia de "pegar no fado e no folclore português, e tê-los como ponto de partida para um conceito criativo musical mais moderno e mais conceptual", surgiu na sequência de um convite para integrar as festividades do Dia do Jazz, em Roterdão.

Entre os 11 temas que compõem o álbum há adaptações de alguns fados "menos conhecidos", como "Asas Fechadas", de Amália - nomeado para os Grammy - , e outros "um bocadinho mais óbvios", como "Foi Deus" e "Tudo isto é fado", da mesma fadista.

Além de Maria Mendes e do trio que a acompanha há cerca de dez anos, o disco conta com a participação da Metropole Orkest, orquestra holandesa de jazz sinfónico.

A decisão de incluir a orquestra surgiu no momento final da adaptação musical e arranjos, que Maria Mendes partilhou com o produtor do álbum, John Beasley, "um dos maiores produtores e diretores musicais de jazz internacional".

Já o produtor português André Allen Anjos volta a ser nomeado a vencer Melhor Gravação Remisturada depois de tê-lo feito já em 2017, enquanto parte do coletivo RAC (Remix Artist Collective), com o ‘remix’ (remistura) do tema “Tearing me up”, de Bob Moses.

Desta vez a nomeação é pela remistura da canção "Do You Ever", de Phil Good, a terceira, já que a primeira ocorreu em 2015, na mesma categoria, com uma remistura do tema "Say My Name", uma colaboração da dupla de eletrónica norte-americana Odesza com a inglesa Zyra.

André, radicado nos EUA desde 2005, disse numa entrevista ao ‘site’ P3, publicada em 2012, que durante dois anos “tentou vingar na indústria musical em Portugal, mas as suas tentativas nunca deram resultados, pelo menos a curto prazo, por isso não hesitou quando teve a oportunidade de continuar os seus estudos no estrangeiro”.

Na altura, recordou que a primeira remistura dos RAC foi do tema “Sleeping Lessons”, dos The Shins. Entretanto, no currículo dos RAC estão remisturas de músicas de, entre outros, Yeah Yeah Yeahs, Kings of Leon, Lana del Rey, Two Door Cinema Club, Radiohead e Lady Gaga.

Beyonce mantém-se a "rainha" das nomeações

Para a 63.ª edição dos Grammy, a cantora norte-americana Beyoncé é a que soma mais nomeações, em nove categorias, nomeadamente as de Gravação do Ano e de Melhor Performance R&B, com a música "Black Parade".

"Black is king", que a cantora lançou este ano na plataforma Disney +, está indicado para Melhor Filme Musical.

Com seis nomeações cada, seguem a cantora britânica Dua Lipa, o rapper norte-americano Roddy Ricch e a cantora norte-americana Taylor Swift.

Para o Grammy de Álbum do Ano estão nomeados "Chilombo", de Jhené Aiko, o disco homónimo dos Black Pumas, "Everyday life", dos Coldplay, "Djesse vol. 3", de Jacob Collier, "Women in music Pt. III", das Haim, "Future Nostalgia", de Dua Lipa, e "Hollywood's Bleeding", de Post Malone.

Para esta edição, há a registar várias estreias em nomeações, nomeadamente do cantor Harry Styles, em três categorias com o álbum "Fine Line", os sul-coreanos BTS, nomeados para Melhor Performance em Duo ou Grupo, e os Strokes para Melhor Álbum Rock com "The New Abnormal".

Nas categorias de Melhor Canção Rock e Melhor Performance Rock dominam as mulheres, estando nomeadas Fiona Apple, Brittany Howard, Haim, Grace Potter, Phoebe Bridgers e Big Thief, liderados por Adrianne Lenker.

A Associated Press constata que as escolhas para os Grammy também refletem o espírito dos tempos, nomeadamente o movimento "Black Lives Matter", surgido este ano em protesto pela morte de vários cidadãos afro-americanos, com a nomeação das canções "Black Parade", de Beyoncé, "I can't breathe", de H.E.R., ou "Lockdown", de Anderson .Paak.

Paul McCartney, que acumula 18 Grammy, regista hoje a 79.ª nomeação para os prémios, desta vez como diretor artístico de uma edição especial do álbum "Flaming Pie".

Este ano volta a haver nomeações a título póstumo, nomeadamente do músico John Prine, que morreu em abril passado, e que está indicado em duas categorias com o tema "I Remember Everything", e do cantautor Leonard Cohen, que morreu em 2016, mas de quem foi editado o último álbum de estúdio, "Thanks for the Dance", indicado para Melhor Álbum Folk.

No capítulo da lusofonia, destaque para a nomeação de Bebel Gilberto para o Grammy de Melhor Álbum de Música do Mundo com "Agora", e do guitarrista Chico Pinheiro para o Grammy de Melhor Álbum de Jazz Latino com "City of Dreams".

A 63.ª edição dos Grammy está marcada para 31 de janeiro com apresentação de Trevor Noah.

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