“A ideia foi pegar na minha discografia, desde a primeira ‘mixtape’, escolher as músicas que eu acho que são mais importantes e que resistiram melhor ao tempo, e tocá-las, honrando os ‘beats’ que estiveram na origem, mantendo a identidade hip hop”, contou à agência Lusa.

Em palco, no Grande Auditório do CCB, Capicua terá bateria, guitarra, teclados, mas também a habitual participação vocal de M7 e do músico Nerve como convidado; um formato alargado, mais próximo do universo pop rock, e com novos arranjos para músicas antigas.

Com vontade de avançar em 2017 para um novo disco, Capicua quis agora “fechar um ciclo dos últimos anos e pegar nas duas ‘mixtapes’, dois álbuns e um álbum de remisturas, fazer um grande concerto assim, para celebrar o repertório e experimentar este formato”.

Capicua, ou melhor Ana Matos Fernandes, nasceu no Porto nos anos 1980, descobriu o hip hop na adolescência e editou o primeiro registo em nome próprio já no novo século, com “Capicua Goes Preemo Mixtape” (2008).

Passados oito anos, a ‘rapper’ é um dos nomes femininos mais conhecidos do hip hop nacional e orgulha-se de ter conseguido levar rimas e batidas a públicos de diferentes idades e de interesses distintos.

“Eu tenho feito questão de tocar o formato hip hop mais clássico, para dar a conhecer às pessoas e para destruir um certo preconceito que existe ainda em relação ao formato só com DJ e ‘beats’. Quis manter a diversidade de públicos e manter a raiz hip hop e, ao mesmo tempo, fazer uma festa com mais músicos e novos arranjos”, contou.

O concerto no CCB fecha ainda um ano “bastante produtivo” para Capicua, por ter dado vários concertos com o álbum “Sereia louca” (2014) e com o disco de remisturas “Medusa” (2015), por ter feito colaborações diversas e por ter gravado o álbum-livro para crianças “Mão Verde”, com o guitarrista Pedro Geraldes, que apresentará ao vivo em 2017.

O processo criativo em torno do concerto em Lisboa, com novos arranjos e a dinâmica de uma banda, poderá contaminar o trabalho para um novo álbum: “Cada vez que temos uma experiência nova aprendemos sempre uns truques novos. Nem que seja por isso, o próximo álbum terá sempre alguma novidade”.

“Mas gosto sempre, quando estou a escrever, de voltar à génese e de pegar num ‘beat’, a sementinha clássica de um rap, que começa sempre nos ‘beats’, que é matéria prima. Vou voltar sempre a essa casa de partida; esse é sempre o começo do meu processo criativo”, explicou.

O concerto de Capicua no CCB encerra o ciclo CCBeat deste ano, que contou com atuações, entre outros, de Orelha Negra, Benjamim, X-Wife, First Breath After Coma e Minta & The Brook Trout.

O ciclo CCBeat de 2017 arrancará com um concerto de You Can’t Win Charlien Brown, a 19 de janeiro.

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