O palácio de Mateus foi inaugurado em 1743 e classificado como monumento nacional em 1911. É considerado um dos ex-líbris de Vila Real e o local mais visitado deste território.
Teresa Albuquerque, da Fundação da Casa de Mateus, disse à agência Lusa que o palácio bateu a 25 de outubro o recorde de visitantes, atingindo os 100.000 visitantes. Em 2016, a instituição foi visitada por 99.788 pessoas, número “muito superior” aos 60.000 turistas que ali entraram em 2006.
O aumento de turistas na Casa de Mateus acompanha o crescimento que se regista anualmente na região do Douro e muitos dos visitantes chegam aqui no âmbito de protocolos estabelecidos com os operadores marítimo-fluviais.
São portugueses e estrangeiros provenientes dos mais diversos países. A língua dominante é a portuguesa, mas aqui incluem-se muitos brasileiros, depois a inglesa, a francesa e a espanhola.
As visitas são organizadas de acordo com a língua dos visitantes.
Teresa Albuquerque referiu que a instituição desafiou a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) para um novo projeto que visa precisamente estudar o perfil dos turistas que passam pela Casa de Mateus.
Nuno Eira, responsável pela organização dos visitantes, referiu que há duas modalidades de acesso a Mateus, sendo a primeira a visita aos jardins, à parte agrícola da propriedade e à adega.
Depois, o bilhete geral dá acesso à capela, a duas exposições e ao edifício principal, onde estão disponíveis para visita o salão nobre, biblioteca, duas salas adaptadas a museu religioso, o antigo escritório e a sala de jantar. Parte da casa ainda é de usufruto da família.
Pela propriedade espalham-se também vinhas e pomares e aqui produz-se vinho, azeite e compotas. Anualmente, a instituição dá emprego a cerca de quatro dezenas de pessoas, um número que sobe para os cerca de 70 no período alto para o turismo e nas vindimas.
A Casa de Mateus possui ainda uma intensa atividade cultural e retomou, este ano, a atribuição do prémio literário D. Diniz, que tinha sido interrompido em 2012.
O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, realçou a importância do palácio na atração de turistas ao concelho e enalteceu o “trabalho meritório” que a fundação faz também nos âmbitos cultural e da enologia.
Referiu ainda que a autarquia quer ajudar as melhorar as acessibilidades e a envolvente do palácio, para o que está a ser preparada uma candidatura a fundos comunitários.
Perante as queixas de que os turistas que visitam a Casa de Mateus não descem à cidade, o autarca diferenciou as excursões a cargo dos operadores turísticos e os visitantes que chegam de forma mais informal a Vila Real e que ficam a dormir.
“Estamos a tentar trabalhar com os operadores para que esse turismo e essas excursões possam ficar mais tempo em Vila Real. Há coisas pequenas que foram feitas, protocolos com pastelarias locais ou garrafeiras, mas temos que ser objetivos e é um mercado muito difícil de trabalhar”, frisou.
Rui Santos fez questão de salientar que Vila Real está a ganhar terreno na área do turismo e exemplificou com o número de dormidas que subiu das 50.000 para as 130.000, entre 2013 e 2016.
Diariamente, segundo o presidente, já se veem turistas a cruzar a avenida Carvalho Araújo, a passar pela Vila Velha ou pela Capela Nova. Rui Santos sublinhou que o momento alto é o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC), que atrai “milhares de visitantes” à cidade que se apresenta como a “capital do automobilismo”.
“Mas queremos crescer mais. Temos pelo menos mais três projetos com intenções de investimento em hotéis no concelho de Vila Real”, frisou.
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