"O leilão foi bastante disputado e assumiu-se como um sucesso. O exemplar número um da edição exclusiva da 'Tabacaria' de Álvaro Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, teve uma variação de 900%, ao ser adquirido por 700 euros, tendo as licitações começado com uma base de 70 euros", disse à agência Lusa a mesma fonte.

"Os outros dois exemplares que compuseram este leilão solidário também tiveram uma óptima receptividade. O número dois, com uma estimativa mínima de 70 euros, foi comprado por 260 euros, e o número três, com igual base de licitação e, com uma variação de 242%, foi arrematado por 240 euros", disse a mesma fonte.

Para esta iniciativa, à editora Guerra e Paz associou-se a leiloeira Palácio do Correio Velho, e o leilão 'online' decorreu desde a passada sexta-feira de manhã até às 22:00 de segunda-feira.

Segundo a mesma fonte, os 1.500 exemplares editados numerados “esgotaram”, o que “tornava os primeiros três exemplares bastante emblemáticos”.

A nova edição do poema "Tabacaria" foi publicada no passado dia 28 de novembro, numa caixa de madeira, com 25 fotografias inéditas de Pedro Norton.

"Foram feitos apenas 1.500 exemplares, todos numerados, e este livro de 176 páginas não voltará a ser reimpresso, tratando-se de uma edição rara", num formato de grande dimensão, 24 centímetros de largura por 33 de altura, disse à Lusa fonte da editora Guerra e Paz, que chancela a obra.

Sebastião Pinto Ribeiro, da leiloeira, referiu-se ao leilão como "um sucesso, não apenas pelas variações que apresentou, mas, acima de tudo, porque permitiu juntar um valor interessante para a Casa do Gaiato do Porto, que era o grande objectivo”.

"Julgo que seria uma extraordinária surpresa para Fernando Pessoa saber que o seu poema tão pessimista produziu, afinal, um resultado optimista e solidário com a causa meritória que é a Obra de Rua do Padre Américo", afirmou por seu turno, Manuel S. Fonseca, administrador da Guerra e Paz Editores.

O livro com o poema de Álvaro de Campos encontra-se “dentro de uma meia caixa de madeira de choupo, impressa a laser, assim como um álbum, ambos pintados à mão, a azul ciano”, explicou fonte editorial.

Num dos seus poemas, Álvaro de Campos escreveu: “Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,/Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim”.

Este foi o mote para a nova edição de “Tabacaria”, um poema escrito em 15 de janeiro de 1928, pelo “engenheiro naval” Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, publicado na revista Presença, em julho de 1933.

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