Treze anos após ter sido galardoada pelo seu romance sobre a guerra do Biafra e o confronto de etnias, Chimamanda Ngozi Adichie foi hoje eleita a “vencedora dos vencedores” numa votação feita pelo público, anunciaram os promotores do prémio.
O seu romance prevaleceu sobre os de autores como Zadie Smith, com “Uma questão de beleza”, Lionel Shriver, “Temos de falar sobre o Kevin”, Ali Smith, “Como ser uma e outra”, Rose Tremain, “Sonata a Gustav”, e Maggie O’Farrell, vencedora deste ano com “Hamnet”, entre outros.
Adichie segue assim os passos de Andrea Levy, que foi eleita a “melhor dos melhores” da primeira década do prémio, pelo seu romance “Small Island”, vencedor do Women’s Prize for Fiction 2004.
Este prémio único marca o culminar das celebrações ao longo do ano do 25.º aniversário da premiação de vencedores inesquecíveis, refere a organização num comunicado.
Chimamanda Adichie, que se encontra atualmente em Lagos, Nigéria, afirmou-se “especialmente emocionada por ser eleita ‘vencedora dos vencedores’, porque este foi o prémio que trouxe um vasto público” ao seu trabalho, e foi também o que a apresentou “ao trabalho de muitos escritores talentosos”.
A autora receberá uma edição de prata da estatueta anual do prémio, conhecida como ‘Bessie’, originalmente criada e doada pelo artista Grizel Niven.
Uma edição especial exclusiva de “Half of a Yellow Sun” (“Meio sol amarelo” no título original) está agora também disponível na Waterstones. Em Portugal, o livro está editado pela Asa.
Muriel Gray, presidente do júri em 2007, ano em que “Meio Sol Amarelo” ganhou originalmente o prémio afirmou que “embora seja por vezes pomposo chamar ‘importante’ a um livro, é apropriado dizê-lo de ‘Meio-Sol Amarelo'”.
“Para uma autora, tão jovem na altura em que o escreveu, ser capaz de contar uma história de tão grande escala em termos de sofrimento humano e das consequências do ódio e da divisão, ao mesmo tempo que agarra o leitor com personagens tão convincentes e um enredo tão enfeitiçante, é uma façanha espantosa”, acrescentou.
Na opinião de Muriel Gray, a façanha de Chimamanda torna este romance não só um justo vencedor do mais especial destes prémios, mas também uma referência de excelência na escrita de ficção”.
Chimamanda Ngozi Adichie nasceu e cresceu na Nigéria, país que deixou aos dezanove anos, para se mudar para os Estados Unidos da América e ingressar na universidade.
Autora de três romances, o seu trabalho está traduzido em trinta línguas.
O primeiro romance, publicado em 2003, foi “A cor do hibisco”, que ganhou o Prémio de Escritores da Commonwealth, o Prémio Hurston/Wright Legacy, e foi selecionado para o Prémio Orange de ficção
Seguiu-se “Meio sol amarelo”, assim chamado em homenagem à bandeira do Biafra, que retrata o que antecede e o que ocorre durante a guerra civil da Nigéria, e que foi distinguido com o Prémio Orange, além do Women’s Prize, e foi finalista do Prémio Nacional do Círculo de Críticos Literários.
“Americanah”, o seu terceiro romance, foi selecionado para o Women’s Prize for Fiction em 2014.
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