A coleção “Now” de Ricardo Preto foi a última a ser apresentada no segundo dia da 51.ª edição da ModaLisboa.
Para a primavera do próximo ano, Ricardo Preto apostou numa coleção “muito feminina”, que é “uma continuação das características da marca Ricardo Preto, que é um ‘effortless chic’ [algo como chique sem esforço, em português]”.
“Eu tento sempre que a mulher esteja sofisticada, mas ao mesmo tempo muito confortável. Como venho a insistir nisso há muitos anos, julgo que esta coleção foi o melhor que tenho feito até hoje”, referiu, no final do desfile.
Para criar as peças, Ricardo Preto inspira-se “sempre no presente e no futuro, no ritmo de vida” atual, na música que ouve, nos livros que lê e “sempre no atual”.
“Eu visto pessoas atuais. Não sou homem que leve o trabalho para grandes delírios, gosto de fantasia, mas o vestuário é uma coisa que pomos diariamente, uma coisa íntima, tenho imenso cuidado com os tecidos, é muito importante o toque”, defendeu.
Nesta coleção, o criador de moda tentou “cores novas”, como amarelo forte ou turquesa. “É muito difícil, quando faço uma coleção, escolher as cores, deixar cores de fora. Gosto muito de cor e esta coleção é de primavera/verão, e têm de ser coleções mais coloridas, o sol pede isso”, partilhou.
Nos materiais usa bastante tecidos fluídos, mas também estruturados, misturando sedas, algodões e até lã, “aquela lã fria de verão”.
Antes, tinham sido apresentadas duas coleções um pouco mais ‘sombrias’.
David Ferreira mostrou uma coleção composta apenas por peças pretas de roupa, inspirada no documentário “Grey Gardens” (1975), de Albert e David Maysles.
E embora a coleção “S-T-A-U-N-C-H” pareça um pouco sombria, é antes “uma celebração da beleza encontrada na decadência”.
“Costumo ir buscar coisas mais tristes como inspiração, mas, desta vez, em vez de torná-la mais alegre, decidi entrar dentro do espírito e mostrar quase a beleza que eu consigo ver nas coisas que a maior parte das pessoas acha feias ou não tão bonita”, explicou no final do desfile, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes.
As coleções anteriores de David Ferreira, que se estreou na ModaLisboa em maio de 2016, caracterizam-se por terem muita cor e silhuetas bastantes volumosas.
Na coleção apresentada hoje, “ainda há peças volumosas, mas a própria coleção pedia algo mais fluido, algo mais linear, devido à inspiração.” “[No documentário] todo o ‘look’ [das personagens] é sempre mais ‘clean'”, disse.
Já Valentim Quaresma, para a primavera do próximo ano, propõe “uma viagem às influências da Art Deco na arquitetura e da revolução industrial dos anos 20″, onde o preto e o castanho são cores dominantes.
Na coleção, sobretudo de joias, é notória a coexistência de materiais naturais, como a madeira e o âmbar, com matérias nobres, como o latão e o cobre.
A 51.ª edição da ModaLisboa prossegue no sábado, com desfiles no Museu Nacional de Arte Antiga e no Parque Eduardo VII, no Pavilhão Carlos Lopes e no lago do Botequim do Rei.
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