O Prémio Pessoa é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos que “visa reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país”. O valor do prémio subiu este ano de 60 mil para 70 mil euros.

O júri foi composto por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, Emílio Rui Vilar, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques, com Francisco Pedro Balsemão a presidir e Paulo Macedo como vice-presidente.

O júri destacou que a obra de Luis Tinoco "revela um sólido domínio da forma e da instrumentação, bem como a linguagem eminentemente pessoal que privilegia a comunicação afetiva com o público, sem nunca comprometer o rigor da escrita".

"Paralelamente ao seu trabalho de compositor desenvolve também uma relevante atividade pedagógica como professor da Escola Superior de Música de Lisboa e em numerosas oficinas de formação intensiva em Portugal e no estrangeiro", acrescentou Francisco Pedro Balsemão, sublinhando o seu papel há largos anos como diretor artístico do Prémio Jovens Músicos da RDP, "que muito tem contribuído para estimular e promover novas gerações de intérpretes formados pela rede de escolas de música de todo o país".

O júri lembrou ainda que o compositor desenvolve diversos projetos de extensão comunitária que promovem o acesso alargado ao património da música erudita.

Francisco Pedro Balsemão, este ano excecionalmente em representação de Francisco Pinto Balsemão, como presidente do júri, revelou que o nível de candidaturas era "muito alto" e que depois de um "processo deliberativo intenso e bem discutido" chegaram a este nome.

O compositor Luís Tinoco é licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa, mestre pela Royal Academy of Music e doutor em Composição pela Universidade de York. É autor de uma vasta obra que se distribui pela ópera e música teatral, pelo repertório de câmara e sinfónico e pelo bailado.

As suas composições têm sido interpretadas pelas principais orquestras portuguesas (Sinfónica Portuguesa, Gulbenkian, Metropolitana e da Casa da Música), bem como por agrupamentos internacionais de referência como a Orquestra Filarmónica de Londres, a Orquestra Sinfónica de Seattle, a Orquestra Sinfónica Brasileira e a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, ou ainda o Ensemble Lontano, o Quarteto Arditti, o Galliard Ensemble ou o Nouvel Ensemble Moderne.

Entre as suas principais obras dos últimos anos destacam-se “Canções do Sonhador Solitário”, “Before Spring”, “Frisland”, “O Sotaque Azul das Águas”, “Concerto para Violoncelo”, “Alepo” e “Dreaming of the Unseen”. Em 2024 foram estreados “Out of Order”, para dois pianos, e o “Concerto n.º 2 para Violoncelo e Orquestra”.