De 1 a 3 de dezembro, há cinco concertos, três oficinas, uma sessão de jardinagem e ensaio aberto com os primeiros bebés que, há 25 anos, participaram nos concertos para a primeira infância criados por Paulo Lameiro.

O fundador e responsável pela companhia Musicalmente explicou à agência Lusa que será um micro festival, com muita simbologia histórica e um programa diversificado e concentrado, no qual consta, por exemplo, um concerto com solistas que têm atuado com a Musicalmente.

“Vai ser uma espécie de ‘best of’, com aquilo a que chamamos a ‘playlist’ dos bebés”, com Luísa Sobral, Ricardo Parreira e Vânia Conde, Gil Gonçalves, Marco Fernandes e David Ramy.

Outro momento alto é o reencontro com o coro Schola no Coração.

“Foram crianças no coro infantil há 15 anos e deixaram de cantar connosco. Agora voltam, já adultos, alguns deles já pais e mães, e vêm fazer um concerto de Natal”.

Também com sentimento à mistura promete ser o ensaio aberto com aqueles que foram as primeiras crianças dos Concertos para Bebés.

“Será um programa especial, com intérpretes que na altura também eram bebés”, além dos músicos atuais e dos artistas italianos e brasileiros que integram o Quarteto Gordon, que apresenta na bagagem o espetáculo “Giro del mondo”.

“O Quarteto Gordon é uma formação extraordinária, com uma grande experiência em trabalhar com crianças em repertório não-verbal, que é a base do nosso projeto”, notou Lameiro.

O micro festival termina no dia 3 de dezembro, no jardim da sede da Musicalmente, nos Pousos, em Leiria. Durante o ano, bebés e famílias que participaram nos espetáculos cultivaram plantas em casa, a convite dos Concertos para Bebés.

“Temos seis jardins portáteis que foram construídos ao longo deste tempo e vamos agora replantar”, numa performance com a bailarina Inesa Markava e o diretor artístico Alberto Roque.

No final de um 2023 “muito intenso”, com espetáculos todos os fins de semana e malas feitas para partir para o festival internacional elPetit, em Barcelona – “tem sido a loucura total”, confidenciou Paulo Lameiro – os Concertos para Bebés festejam a aventura que começou em 1998 e que já levou mais de 1.500 concertos a todo o mundo.

“Vinte e cinco anos de Concertos para Bebés, pessoalmente, significam uma enorme alegria, um contentamento tremendo e também algum orgulho de integrar este que começa por ser um projeto artístico, uma proposta artística, e que acaba por se alargar a todo o pensamento e a muitas metodologias do que é a arte para a primeira infância”, resumiu Lameiro.

Duas décadas e meia de concertos “são uma história de como o mundo pode ser mudado através da arte e de um projeto artístico”, contada também por “bebés que passam a vir como adultos, muitos deles agora como pais, e isto é extraordinário. Vêm com as lágrimas nos olhos”.

Entretanto, prepara-se a próxima temporada dos Concertos para Bebés: “A liberdade vai ser a temática de 2024, porque acreditamos que os bebés nos ajudam mais a nós, adultos, a mudar os nossos hábitos, os nossos vícios e nos responsabilizam muito mais pelo futuro”.

Um futuro que se adivinha “muito absorvente”, porque a agenda para 2024 “já está toda tapada”, havendo até já contratos para 2025 e 2026.

“É extraordinário que um projeto na área da música clássica, autónomo, consiga ter esta programação”, concluiu.