"O Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, de acordo com o seu próprio plano de contingência face à epidemia de coronavírus e na sequência das orientações da Direção-Geral da Saúde relativa à suspensão de eventos em espaços fechados com mais de mil pessoas, decidiu cancelar ou adiar, se tal vier a ser possível, os próximos concertos da temporada Gulbenkian Música no Grande Auditório", lê-se num comunicado enviado às redações.

As medidas, segundo a nota, estarão em vigor até dia 3 de abril. Depois, as medidas poderão ser reavaliadas "em função da evolução epidemiológica".

Estes são os concertos e performances canceladas:

  • 12 e 13 março– Coro e Orquestra Gulbenkian (Direção: Lorenzo Viotti)
  • 14 março – O Navio Fantasma (MET Opera)
  • 15 de março – Solistas da Orquestra Gulbenkian
  • 19 e 20 março – Orquestra Gulbenkian e Gil Shaham
  • 21 março – Maria João Pires
  • 26 e 27 março – Orquestra Gulbenkian / Matthias Goerne (Direção: Lorenzo Viotti)
  • 29 março – Leif Ove Andsnes
  • 2 e 3 abril – Orquestra Gulbenkian / Vilde Frang (Direção: Lorenzo Viotti)

Segundo a fundação, os compradores poderão ser reembolsados no valor dos bilhetes destes concertos.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

A China registou segunda-feira mais uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, somando agora um total de 80.754 infetados e 3.136 mortos, na China Continental.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.