O projeto foi hoje apresentado, na Guarda, na sede da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), que desenvolveu a iniciativa conjuntamente com a Comunidade Intermunicipal da Região das Beiras e Serra da Estrela (CIMRBSE) e a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB).

Trata-se de uma rota de vinhos com “experiências enoturísticas únicas”, baseadas não só no património, história, gastronomia, cultura e natureza, mas também nas aldeias Históricas, de Montanha e do Xisto e na Serra da Estrela, entre outros recursos.

“O vinho é o elo de ligação desse conjunto de ativos que temos neste território e que queremos promover no seu todo”, disse Rodolfo Queirós, presidente da CVRBI à agência Lusa.

Segundo o responsável, a ideia é “fazer diferente do que se faz no Douro e no Alentejo, permitindo experiências à medida de cada visitante e de duração variável, que podem ir do meio-dia ao ‘short break’, até dois dias”.

Cláudia Paiva, que coordenou o projeto, adiantou que o objetivo é promover a Beira Interior como destino enoturístico “de referência nacional, aumentar a taxa de ocupação das unidades hoteleiras da região, da estadia média e do gasto médio do visitante”.

“Neste território de 8.000 quilómetros quadrados há muito para dar do que só o vinho. Há genuinidade e autenticidade. Há História, pessoas, natureza, património, gastronomia, tradições únicas e o vinho como fio condutor”, disse na apresentação do projeto.

A coordenadora do Beira Interior Wine Villages destacou o facto da região estar “a apenas duas horas de Lisboa e do Porto, e a pouco mais de Madrid”, sendo uma “vantagem” a proximidade ao mercado espanhol.

Uma característica também assinalada por Rodolfo Queirós, segundo o qual o projeto vai ser “amplamente divulgado” do outro lado da fronteira.

“Os nossos vizinhos gostam muito de Portugal, da nossa gastronomia, e têm mais poder de compra do que nós. Por isso, apostar em quem está bem próximo de nós é uma prioridade”, afirmou.

António Miraldes, secretário-executivo da CIMRBSE, considerou que o sucesso do projeto depende do envolvimento das autarquias e dos privados, sobretudo da área da hotelaria, restauração e produtores de vinho.

“A sua adesão é fundamental para dinamizar este projeto, torná-lo atrativo e proporcionar experiências diferenciadoras e inesquecíveis a quem nos visita”, declarou.

João Carvalhinho, secretário-executivo da CIMBB, considerou que o Beira Interior Wine Villages é “importante para o território todo porque mobiliza aquilo que tem de melhor”.

Envolvendo já 68 parceiros, entre restaurantes, unidades de alojamento, hotéis, produtores e autarquias, o Beira Interior Wine Villages já está disponível no site www.biwinevillages.com, nas redes sociais e em brochuras, sendo que os promotores vão iniciar a divulgação do projeto junto das agências de viagens e dos operadores turísticos de Portugal e Espanha.

A iniciativa já foi promovida na Feira Internacional de Turismo (FITUR), realizada em Madrid (Espanha), e na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

O projeto resultou de um investimento de cerca de 600 mil euros, cofinanciados em 70 % pelo programa Mais Interior, do Turismo de Portugal. O prazo de execução é de 24 meses, que os promotores esperam renovar.