O pastel de nata “O Folião”, assim batizado numa alusão à “velha” mascote do Carnaval de Sines, foi criado em 2014, por uma pastelaria local, para “adoçar” a festa mais tradicional desta cidade do litoral alentejano.
“Durante quatro dias, entre sábado e terça-feira, assinalamos o ‘dia d’O Folião’, aumentamos a produção dos pastéis, que são oferecidos aos clientes e a todos os mascarados e vendidos, com um desconto de 50 por cento. para quem quiser comprar e levar para casa”, explicou hoje à agência Lusa um dos proprietários da pastelaria Vela D’Ouro, Manuel Figueiredo.
Por dia, serão confecionados perto de 2.500 “foliões”, um bolo “derivado do pastel de nata”, uma das especialidades da casa, que nasceu das mãos do pasteleiro Manuel Figueiredo, há seis anos, quando foi desafiado pela antiga Comissão de Carnaval de Sines a tornar a festa “mais doce”.
“Há muitas pessoas que gostam e aproveitam estes dias de folia para comprar o bolo. Como nesta altura Sines recebe muitos visitantes, esta é uma oportunidade para provar este pastel que é confecionado com menos açúcar, mais natas e é um pouco mais leve do que o nosso certificado pastel de nata”, explicou.
O “Folião”, a imagem que representa o Carnaval de Sines, é um palhaço desenhado e “batizado” há quase 50 anos pelo pintor e caricaturista Emmerico Nunes.
De acordo com o presidente da Associação de Carnaval de Sines, Rui Encarnação, o pastel “mais folião dá um sabor diferente a um dos carnavais mais tradicionais e divertidos do país”.
“O bolo ‘Folião’ é sempre divulgado em todos os eventos que realizamos ao longo do ano. No Carnaval temos sempre mais exemplares para dar a provar às pessoas um doce que é uma brincadeira com o pastel de nata e quem sabe poderá tornar-se num doce típico da região”, acrescentou.
Com um orçamento a rondar os 180 mil euros, a festa carnavalesca, que tem o apoio do município, inclui quatro desfiles, o primeiro acontece já esta sexta-feira, na avenida General Humberto Delgado, com o Carnaval dos Pequeninos, este ano, dedicado ao tema “A Vida Marinha”, com a participação de cerca de 1.300 crianças.
No dia seguinte, sábado, pela manhã, os reis do Carnaval são apresentados à população, numa “cerimónia” que terá lugar junto ao castelo, com a entrega da chave da cidade, seguida de um desfile para “cumprimentos aos súbditos” pelas ruas do centro histórico.
O Carnaval de Sines mantém os habituais desfiles diurnos e noturnos, entre domingo e terça-feira, com a folia aliada à sátira, “religiosa e política”, que os grupos foliões “emprestam” à maior festa do litoral alentejano.
Os festejos, que se celebram em Sines desde 1926, vão contar com a participação de cinco escolas de samba, 17 carros alegóricos, 15 grupos alegóricos e oito foliões e mais de duas mil pessoas, que, durante os três dias de folia, desfilam na principal avenida da cidade, transformada num sambódromo, em nome da tradição carnavalesca.
“No desfile noturno, o mais antigo do país, que acontece na segunda-feira, já é tradição recebermos mais de 1.500 pessoas mascaradas, oriundas de vários pontos da região, que se juntam aos dois mil participantes, enchendo o recinto de muita cor e alegria, numa festa que dura até de madrugada”, sublinhou.
Desfile de matrafonas, baile de máscaras sénior, torneio de futebol trapalhão e bailes noturnos completam o programa do Carnaval que encerra, no dia 26, com o enterro do Entrudo.
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