1. Abelhas e Trovoada ao Longe

Abelhas e Trovoada ao Longe, a obra-prima de Riku Onda, é "o único livro que até hoje conquistou no mesmo ano dois grandes prémios literários: o Prémio dos Livreiros Japoneses e o Naoki Prize", adianta a ASA, que edita o livro em Portugal.

Com mais de 1,5 milhões de exemplares vendidos, Abelhas e Trovoada ao Longe "é um livro mágico, musical, onde as palavras vibram como as cordas de um instrumento, quase sempre tensas".

"Numa pequena cidade à beira-mar não muito distante de Tóquio, vai começar um dos mais importantes concursos de piano do mundo. Na sala enorme, os pianistas serão acolhidos pelo silêncio único que antecede os primeiros acordes. No final, haverá palmas. Mas não para todos", é referido.

Na história, "Aya, uma jovem japonesa, procura no concurso uma hipótese de redenção. Menina-prodígio, calou os dedos no dia em que a mãe morreu. Ao redescobrir a música, reencontra também Masuro, um miúdo com quem brincava em criança – e que entretanto se tornou um pianista aclamado".

Contudo, "entre os concorrentes, há dois que parecem pertencer a outra partitura. Akashi, casado, mais velho, é olhado com estranheza pelos restantes, na sua última tentativa de regressar à ribalta; e um rapazinho que ninguém conhece, de 16 anos, filho de um apicultor. Dizem que nunca teve um piano na vida, que foi acolhido por um professor mítico, que ao tocar é como se falasse com Deus".

E "o longo de duas semanas, vão enfrentar um júri feroz, um público expectante, os seus medos, o passado, tudo aquilo o que algum dia foram até ali chegarem".

2. Apenas Miúdos

Apenas Miúdos, de Patti Smith, é o primeiro livro da cantora, fotógrafa e escritora em prosa. "É um livro de memórias — que começa no Verão em que Coltrane morreu, do Verão do amor livre e de todos os motins, do Verão em que conheceu a figura central deste livro — o lendário fotógrafo americano Robert Mapplethorpe", explica a editora Quetzal.

Além disso, este "é também um retrato de época — dos dias do Chelsea Hotel e de Nova Iorque no fim dos anos 1960 — e uma comovente história de juventude e amizade".

Pedro Mexia junta-se ao É Desta Que Leio Isto no próximo encontro, marcado para dia 19 de outubro, pelas 21h00.

Poeta e crítico literário, escolheu para a conversa no clube de leitura o livro "A Terra Devastada", de T. S. Eliot.

Para se inscrever no encontro basta preencher o formulário que se encontra neste link. No dia do encontro receberá um e-mail com todas as instruções para se juntar à conversa.

Pedro Mexia, da poesia às traduções

Pedro Mexia nasceu em Lisboa, em 1972, e licenciou‑se em Direito pela Universidade Católica. Escreveu crítica literária e crónicas para os jornais Diário de Notícias e Público e também faz traduções; atualmente colabora com o semanário Expresso. Além disso, é um dos membros do "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer" (SIC Notícias) e mantém, com Inês Meneses, o programa PBX. Foi subdiretor e diretor interino da Cinemateca.

T.S. Eliot e "A Terra Devastada"

A estreia de T. S. Eliot na poesia deu-se em 1915, na revista Poetry, de Chicago, onde saiu um dos seus mais famosos poemas, The Love Song of J. Alfred Prufrock. Este e outros poemas constituíram, em 1917, o seu primeiro livro

Em 1922 surgiu o poema The Waste Land — "A Terra Devastada", na tradução em português —, considerado um dos mais belos e mais importantes poemas do Modernismo.  O tema de The Waste Land é a decadência e fragmentação da cultura ocidental, concebida imaginativamente por analogia com o fim de um ciclo de fertilidade natural. O poema divide-se em cinco partes, que não obedecem a uma sequência lógica, e estende-se por 433 versos. A justaposição de símbolos, imagens, ritmos, citações e sequências temporais, contribuem para a dimensão épica do poema e reforçam a sua coerência artística.

Assim, Just Kids, no título original, "é uma fábula em que encontramos poesia, rock’n’roll, sexo e arte que começa numa história de amor e acaba numa elegia".

3. Música, Só Música

É sabido que "Haruki Murakami gosta tanto de música moderna e de jazz como de música clássica". Para o escritor japonês, "esta paixão não só o levou a ser dono de um clube de jazz em Tóquio, o famoso Peter Cat, como a impregnar de referências e vivências musicais a maioria dos seus romances e contos".

Por isso, em Música, Só Música, traz seis conversas sobre este prazer de escutar música e "partilha com os leitores os seus gostos, as suas opiniões e, sobretudo, o desejo de saber tudo e mais alguma coisa sobre a arte da música, elemento de união entre milhões de pessoas espalhadas pelo mundo", explica a Casa das Letras.

Um livro que mostra as conversas, durante dois anos, entre Murakami e o seu amigo Seiji Ozawa, antigo diretor da Orquestra Sinfónica de Boston. Entre as páginas, fala-se "sobre conhecidas peças de Brahms e Beethoven, Bartók e Mahler, sobre diretores de orquestra como Leonard Bernstein e solistas fora de série como Glenn Gould, sobre peças de música de câmara e sobre ópera".

Ao mesmo tempo, "os dois ouvem discos e comentam diferentes interpretações" — e "os leitores assistem a sumarentas curiosidades e confidências que por certo os contagiarão e despertarão neles o entusiasmo e o prazer infindável de desfrutar da música com novos ouvidos".

4. Maria Callas – A Voz da Paixão

Aos 34 anos, Maria Callas chega ao auge da sua carreira como soprano. É reconhecida e aplaudida pelo mundo, mas a sua perfeição artística em palco tem um preço alto a pagar. A voz ameaça falhar-lhe, está exausta e anseia por descanso, mas nem o público, nem o seu marido e empresário, Meneghini, lho permitem.

É então que numa festa Maria Callas conhece o milionário grego Aristóteles Onassis e, contra todas as probabilidades, os dois iniciam um romance apaixonado e tumultuoso que durará dez anos.

É esta a trama do livro Maria Callas – A Voz da Paixão, um romance da autora Michelle Marly baseado em factos reais, editado em Portugal pela Planeta.

Pode ler aqui um excerto desta obra.

5. A Pianista de Auschwitz

A Pianista de Auschwitz, da autoria da pianista francesa Fania Fénelon, "narra, denuncia e preserva a memória do que aconteceu num dos momento mais terríveis da história, e também motiva a reflexão para o contraste entre os valores éticos necessários, válidos e defensáveis diante da iminente ameaça de morte", conta a editora Alma dos Livros.

A 15 de abril de 1945, "a execução dos músicos estava marcada para a parte da tarde. Fania definhava, sem esperança e à beira da morte, quando o exército aliado entrou no campo de Bergen-Belsen. Por insistência dos soldados, tocou, no único piano disponível e durante cerca de meia hora, uns improvisados God Save the King, A Marselhesa e A Internacional".

"Antes de se tornar prisioneira, Fania Fénelon tocava piano e cantava em Paris. Capturada pelos nazis, foi levada para Auschwitz, onde se juntou à orquestra feminina que existia no campo, composta exclusivamente por reclusas. E ora tocava para os prisioneiros que rumavam às câmaras de gás, ora para os oficiais alemães que relaxavam das suas macabras tarefas", é referido.

Assim, "com uma capacidade surpreendente de encontrar humor e sentido onde apenas o desespero devia prevalecer, a autora relata a sua história no campo de concentração e escreve sobre o amor, o riso, o ódio, o ciúme e a tensão que atormentavam este grupo 'privilegiado' de mulheres. Cada qual à sua maneira, faziam música para sobreviver num lugar onde o horror inimaginável se misturava com os pesadelos mais terríveis".