
"Poderá o teatro ouvir o pedido de SOS que os nossos tempos estão a enviar, num mundo de cidadãos empobrecidos, fechados em células de realidade virtual, entrincheirados na sua privacidade sufocante?", questiona Theodoros Terzopoulos, encenador grego, na mensagem do Dia Mundial do Teatro 2025.
Questiona a atualidade do Teatro, a preocupação pelos problemas do mundo e da natureza, pela industrialização e mecanização de todos os ofícios: "Estará o teatro preocupado com a condição humana tal como está a ser moldada no século XXI, em que o cidadão é manipulado por interesses políticos e económicos, redes de comunicação social e empresas fazedoras de opinião? Onde as redes sociais, por mais que a facilitem, são o grande álibi da comunicação, porque proporcionam a necessária distância segura do Outro? Uma sensação generalizada de medo do Outro, do diferente, do Estranho, domina os nossos pensamentos e ações".
E acrescenta: "Podem os holofotes do teatro lançar luz sobre o trauma social, e parar de se iluminar a si mesmo de forma enganadora?". As perguntas ficam por responder, porque a dúvida mantém o Teatro vivo.
No entanto, para o encenador, uma coisa é clara: "Precisamos de novas formas narrativas destinadas a cultivar a memória". E como mensagem para este ano, evoca "uma nova responsabilidade moral e política", que volta a refletir sobre a origem do Teatro, Dionísio, que "passando pela sua terra natal, a orquestra do antigo teatro, continua a sua silenciosa viagem de refugiado por paisagens de guerra". Hoje, da mesma forma.
25 sugestões para voltar às plateias
- Ruy, a História Devida: Ruy de Carvalho abre o coração em palco num espetáculo intimista, cheio de histórias comoventes e bem-humoradas. Uma conversa inesquecível com um mestre do teatro.
- Oeiras, Auditório Taguspark.
- Lusitânia Comedy Club: Portugal contado ao contrário! Uma comédia alucinada que resume toda a nossa história... num bar de comédia. Tanta parvoíce junta devia ser obrigatória!
- Oeiras, Auditório Taguspark.
- Um Jantar de Família: O que era para ser um jantar calmo… vira um caos familiar! Segredos, discussões e muitas gargalhadas numa comédia sobre tudo aquilo que (não) se deve dizer à mesa.
- Lisboa, Teatro da Comuna.
- C10H14N2: Uma peça intensa sobre vício, amor e cigarros. Um homem entre memórias e dependências, num monólogo poético e profundo sobre escolhas e sobrevivência.
- Lisboa, Boutique da Cultura.
- Quim Roscas & Zeca Estacionâncio: Humor no seu estado mais puro. Os reis da comédia popular estão de volta com mais disparates e gargalhadas para lavar a alma!
- Lisboa, Academia Almadense.
- Reenact Now #2: A Ilha dos Escravos (1969 - 2025): No final da década de sessenta do século XX, entre o cheiro a pólvora que inebriava os estudantes e antecipava Abril, o texto do dramaturgo francês é pela primeira vez apresentado em Portugal, livremente traduzido e atualizado pelo TEUC [Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra].
- Coimbra, Associação Académica de Coimbra - TEUC
- A Festa: Do dramaturgo italiano Spiro Scimone é apresentado pelo Teatro das Beiras. A história desenrola-se numa casa modesta onde se nota uma desavença entre o pai e o filho adulto durante a celebração do aniversário da mãe.
- Évora, Teatro Garcia de Resende.
- Embarcação do Inferno: Uma coprodução do Cendrev com a companhia A Escola da Noite, baseada no “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente. Nem sequer precisamos de sair completamente do século XXI. Com os pés assentes no nosso tempo, bastará alongar o ouvido e apurar a visão para escutar a sensibilidade e a moral de um outro tempo.
- Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo.
- Nora Helmer: Uma peça do Novo Grupo de Teatro CRL, Nora Helmer vive um casamento feliz com o marido e os três filhos, mas, num dia de Natal, a harmonia desfaz-se. Perante um problema grave, a falta de amor demonstrada pelo marido leva Nora a pôr em causa não apenas o seu casamento e o seu papel de mãe, mas também a sua educação desde a infância.
- Lisboa, Teatro Aberto
- Amor é um fogo que arde sem se ver...: Um espectáculo do género histórico/poético, não pode transportar cargas poeirentas e ultrapassadas. É nessa dificuldade que consiste o prazer de conseguir demonstrar que as histórias antigas têm a ver com o sempre constante e irregular comportamento humano. No V Centenário do nascimento do Poeta, um espectáculo d’A Barraca sobre a vida e obra de Luís Vaz de Camões, pelo Grupo de Acção Teatral A Barraca.
- Lisboa, Teatro A Barraca
- Romeu e Julieta: Num ambiente divertido de uma cozinha em palco, os atores guiam os jovens espectadores participantes pela história de um amor maldito, misturando-a com a confeção de um delicioso cheesecake que leva o nome das personagens shakespeareanas.
- Évora, Teatro Praga - Salão Central Eborense
- EVA PERÓN, de Copi: Copi, autor argentino de teatro absurdo, conta-nos uma trama baseada num mito e na importância do mito. EVITA luta contra a morte. Ela é odiosa, o seu sofrimento é audível sem que ninguém parece prestar atenção a isso. Pelo Teatro Experimental de Cascais.
- Lisboa, Teatro Exp. Cascais
- Vendedor de Recordações: Pela Trimagisto, ‘Vendedor de Recordações’ é uma visita guiada em ‘site-specifc’, nas ruas de Montemor-o-Novo, sobre algumas lojas do centro histórico. Assenta numa cartografia afetiva dos lugares e das gentes e tem o duplo objetivo de, por um lado levar o público a visitar o centro histórico e por outro lado, dar visibilidade às histórias invisíveis, porque a história oficial é tão importante como as pequenas histórias que são feitas da resistência e da resiliência de quem não desiste e não se dobra perante a massificação do comércio neoliberal.
- Montemor-o-Novo, Mercado Municipal
- Jangada - Romeu e Julieta: A varanda que Julieta recebe de presente de um admirador anônimo
suporta a cena de amor provavelmente mais famosa da literatura e também
desempenha um papel relevante ao longo desta adaptação humorística de
Romeu e Julieta.- Castro Daire, Centro Municipal de Cultura
- Simplesmente Abril: O TAS – Teatro Animação de Setúbal fundado em 1975 é um produto resultante da Revolução de 1974, a prova viva da necessidade de liberdade para a criação artística, a atividade cultural de proximidade e a efetiva descentralização.Rui Zink escreveu "Simplesmente Abril", uma peça impossível de representar? Tal como era impossível a vida antes das conquistas de Abril. Uma sucessão de clichês que servem de mote ao conflito dramático, desenhando personagens que apontam o que se fez, o que ficou por fazer e o que ainda hoje é urgente preservar.
- Setúbal, Fórum Luísa Todi
- Cabo das Tormentas: Espetáculo épico e crítico sobre os descobrimentos, numa incursão anacrónica pelo universo de um grupo de mendigos, no qual o espírito de Luís Vaz de Camões se revela através das tormentas de um deles.
- Lagos, Centro Cultural de Lagos
- Mulheres por abril: “Fomos ensinadas a ser rainhas, mas não nos deram o trono. Fomos ensinadas a ser mães, mas não nos deram os filhos. Fomos ensinadas a ser silêncio, mas dentro de nós vive um grito”, em Novas Cartas Portuguesas. Uma peça por Varazim Teatro - G.A. - Associação Cultural e Juvenil.
- Póvoa do Varzim, Cine-Teatro Garrett
Para os amantes de musicais:
- A Bela e o Monstro - O Musical: Uma versão mágica de Filipe La Féria, cheia de música, cor e fantasia para toda a família. Uma história onde a beleza está no coração e o amor vence sempre.
- Lisboa, Teatro Politeama.
- Shrek - O Musical: O ogre mais famoso está de volta! Uma aventura hilariante com dragões, princesas e… um burro falador. Ideal para miúdos, graúdos e ogres de coração mole.
- Odivelas, Centro Cultural Malaposta.
- Garfield, um Musical com Gatitude: O gato mais preguiçoso e sarcástico quer a melhor festa de anos de sempre… mas ninguém se lembra! Uma comédia musical felina sobre amizade, comida e lar.
- Oeiras, Auditório Taguspark.
- O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos: Uma aventura natalícia cheia de magia, música e amizade, que transporta miúdos e graúdos para um reino encantado de brinquedos e sonhos.
- Lisboa, Teatro Armando Cortez.
- O Flautista de Hamelin: Ratos, música mágica e muita confusão numa vila que precisa de aprender a dar valor à palavra dada. Um espetáculo divertido e educativo para toda a família.
- Lisboa, Boutique da Cultura.
- Rent: Rent acompanha um ano na vida de um grupo de amigos do East Village, em Nova Iorque, no auge dos boémios anos '90, que lutam por sobreviver, numa celebração de amor e de superação. Em cena na Broadway por mais de doze anos, revolucionou o Teatro Musical, com músicas que se tornaram êxitos mundiais como "Seasons of Love" ou "Take me or Leave me".
- Lisboa, Teatro Variedades, Parque Mayer.
- Fátima, Ópera-Rock: Inspirado nos acontecimentos de 1917, na Cova da Iria, o espetáculo não se limita a uma reconstituição ficcional das aparições de Fátima. Trata-se de uma visão do ser humano, do encontro e da encruzilhada das gentes, da hierofania que manifesta o sagrado no profano.
- Lisboa, Teatro Politeama.
- Chaimite, um possível músical: Francisco e Maria são dois jovens apaixonados, naturais de Santa Leocádia. Fascinados pelo mundo do cinema, sonham um futuro fora da terra. Ele está a cumprir o serviço militar. Ela está a fazer o enxoval. Mas a Guiné vai separar o jovem casal. Cinquenta anos depois, ainda perguntamos: poderá o amor vencer a guerra?
- Viana do Castelo, Teatro Mun. Sá Miranda
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