"Queremos trazer a modernidade do fado a Paris e ter as pessoas connosco durante dois dias, [...] dando a conhecer diferentes fadistas para além de nomes mais conhecidos", disse Valérie do Carmo, presidente da Académie de Fado em Paris e uma das coorganizadoras da iniciativa.
A primeira edição do festival Fado in Paris vai acontecer no sábado e domingo, em Paris, com diferentes concertos de fadistas nacionais e projetos criados em França à volta do fado. No sábado, Carminho é a cabeça de cartaz e a primeira parte do concerto estará a cargo dos Fado Clandestino, projeto musical nascido em Paris que junta a francofonia e a lusofonia à volta do fado.
Já no domingo, haverá um encontro de "três gerações do fado", segundo indicou Valérie do Carmo. Jorge Fernando, fadista e compositor, vai juntar-se às fadistas Luísa Rocha e Mara Pedro para uma tarde que visa mostrar a diversidade da tradicional canção portuguesa.
Para além dos concertos, haverá uma ‘masterclass’ para os alunos da Académie de Fado que estão a dar os primeiros passos nos instrumentos com Guilherme Banza na guitarra portuguesa e Rogério Ferreira na viola de fado.
"Temos também um encontro entre a Luísa Rocha e os alunos de português do Liceu Internacional de Noisy le Grand. Vão ter uma conversa sobre a sua carreira, o que ela faz e o fado, já que o fado toca muito na língua portuguesa por causa dos poetas e da sua linguagem própria. É uma maneira de ter a ligação entre a cultura, o fado e a língua aqui em Paris", afirmou Valérie do Carmo.
Os concertos e encontros acontecem todos no Trianon, uma das salas de espetáculos míticas em Paris, onde "durante dois dias vai ser tudo do fado", assegurou a coorganizadora.
Com o espetáculo de Carminho quase a esgotar, Valérie do Carmo indicou que a adesão por parte dos parisienses de todas as origens tem dominado a aquisição de bilhetes e que será o sucesso da iniciativa a definir se haverá uma segunda edição no próximo ano.
"Queremos que seja um sucesso para o público para podermos fazer uma segunda edição para o ano e trazer nomes diferentes do fado, nomes que nunca tenham vindo a Paris e que mostrem algo sobre o fado ser uma música do mundo contemporâneo", concluiu.
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