O primeiro volume reúne a poesia escrita entre 1934 e 1961, incluindo, entre outros, poemas como “Outono”, “Gioconda”, “Nódoa” ou o muito conhecido “Povo Que Lavas no Rio”, que Amália Rodrigues (1920-1999) gravou no Fado Vitória, de Joaquim Campos, e que se tornou num dos ícones da artista.

Além de Amália, Pedro Homem de Mello foi ainda cantado por Frei Hermano da Câmara e Teresa Tarouca (1942-2019), que gravou a versão integral de “Povo que Lavas no Rio”, também no Fado Vitória.

“Cuidei que Tinha Morrido”, “Fandangueiro” e “Rapaz da Camisola Verde” foram outros poemas seus gravados.

Natural do Porto, Homem de Mello licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, teve uma breve carreira como advogado, mas optou pela de professor de português e apresentou na RTP um programa dedicado ao folclore nacional.

Em termos literários, Pedro Homem de Mello fez parte do grupo Presença, surgido em 1927 em Coimbra, liderado por nomes como José Régio, Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões.

O grupo, que manteria atividade até à década de 1930, contou ainda com autores como António de Navarro, Carlos Queiroz, Adolfo Casais Monteiro, Luís de Montalvor, Fernando Lopes-Graça, Almada Negreiros e Fernando Pessoa e os seus heterónimos.

Pela sua vasta obra, Homem de Mello recebeu o Prémio Antero de Quental, em 1940, e o Prémio Nacional de Poesia, em 1973.

O primeiro volume agora publicado inclui ainda uma cronologia sumária, um estudo bibliográfico e textos críticos que acompanhavam as obras originais, na íntegra.

O segundo volume reunindo a poesia escrita entre 1964 e 1973, deve ser publicado no próximo ano, disse à agência Lusa fonte editorial.