Os encontros, que se prolongam até dia 18, “juntam mais de três dezenas de músicos em torno das ideias de transmissão e estudo intensivo de instrumento, voz e diferentes agrupamentos de câmara nos domínios da música antiga e barroca”, segundo comunicado da Fundação da Casa de Mateus (FCM).
O evento tem direção artística do musicólogo Ricardo Bernardes, diretor das atividades culturais da FCM, e pedagógica do flautista António Carrilho, sendo um “tempo de azáfama em torno da música, da sua aprendizagem avançada e da sua fruição”.
Entre os participantes deste ano, a organização destaca o cravista Jacques Ogg, professor do Real Conservatório da Haia e diretor da Lyra Baroque Orchestra.
Jacques Ogg dirigirá uma classe de lira e participa no concerto “L’Art de Toucher le Clavecin”, que se realiza no dia 16 de agosto, na capela da Casa de Mateus, edificada no século XVIII, nos arredores de Vila Real.
“Ao longo dos Encontros, professores e alunos desdobram-se em concertos e recitais que nos revelam um repertório plural. Das obras de compositores barrocos portugueses menos conhecidos do grande público, como Pedro de Araújo ou João Rodrigues Esteves, até Antonio Vivaldi, e à família Bach ou à contemporânea Ella Macens”, que são oportunidades “de sentir o virtuosismo de músicos excecionais”, segundo a fundação.
Cabe ao musicólogo Rui Vieira Nery, distinguido este ano com o Prémio Universidade de Coimbra, a abertura do certame, no domingo às 17:00, com uma conferência intitulada “Os Cursos de Mateus e o Movimento de Música Antiga em Portugal”, que, segundo a organização, irá demonstrar “o jogo de influências mútuas que tornou Mateus numa referência incontornável do desenvolvimento da Música Antiga em Portugal ao longo das últimas décadas”.
A esta palestra segue-se o primeiro concerto da programação, “Um Serão com Bach”, com António Carrilho e Helena Marinho (pianoforte), na capela da casa.
A programação prevê a apresentação do quarteto australiano de flauta de bisel The Judgement of Paris, composto por Aimee Brown, Ingrid Fittler, Isabelle Palmer e Peter Petocz, no dia 14 de agosto às 19:00, na capela, um concerto de música de câmara, pelos participantes nos encontros, no dia 17, às 19:00, na igreja paroquial de Mateus, e o concerto de encerramento, no dia 18, às 19:00, na capela da casa.
O concerto de encerramento divide-se em duas partes, a primeira dedicada à música de câmara e, a segunda, pelos participantes na aula de ensemble vocal, sob a direção de Ricardo Bernardes e Marcio Soares Holanda.
Nos diferentes cursos estão inscritos mais de 30 músicos, sendo as aulas de canto e flauta de bisel, as que registam maior número de participantes, segundo a organização. A classe de canto barroco é orientada pela soprano argentina Maria Cristina Kiehr, e a de flauta de bisel por António Carrilho.
Os outros orientadores são Enrico Gatti, na classe de violino barroco, Jacques Ogg, na de cravo, Helena Marinho, em pianoforte (aberto a pianistas e cravistas), Raquel Cravino, em violino barroco e repertório barroco adaptado ao violino moderno, Michio Ohara, em correpetição em cravo e pianoforte, Ricardo Bernardes, em ensemble vocal, e Marcio Soares Holanda, em preparação técnica do ensemble vocal.
A Fundação da Casa de Mateus foi instituída em 1970, por Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque, e tem como objetivo “a preservação e valorização da casa e do seu espólio, o estudo dos seus arquivos e a promoção de atividades culturais, científicas e pedagógicas”, segundo comunicado da instituição.
Os Encontros Internacionais realizam-se na Casa de Mateus desde 1978.
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