“O eixo central deste livro pode definir-se como uma história do colonialismo português em África, com base numa teoria inédita da prática pós-colonial. Numa primeira parte, apresentam-se textos do autor relativos ao processo de luta e de denúncia das mais diversas formas de dominação colonial, bem como os que dizem respeito às lutas pela independência, autonomia e estratégias de resistência”, afirma a BNP.

“Numa segunda parte, analisam-se as ideologias de justificação do colonialismo. Assim, são escrutinadas as construções fabricadas com recurso à ciência e aos saberes disciplinares ou as que se definiram a partir de locais, práticas ou conceitos agregadores, como sucedeu quer na Casa dos Estudantes do Império [em Lisboa], onde Alfredo Margarido foi um militante dinâmico e produtivo, marcado por uma dimensão cultural anticolonialista, quer no espaço imaginário da Lusofonia, esse conceito português, que, como ele próprio escreveu, emerge de uma «redescoberta da língua como Força Imperial’”.

A BNP realça que Alfredo Margarido “um dos grandes pensadores portugueses do século XX”, uma “personalidade complexa, polémica e generosa, de uma curiosidade infinita sobre as coisas da vida, da história, do conhecimento, pensou Portugal, a África e o Mundo e dispersou o seu talento criativo através de uma multiplicidade de produções intelectuais e culturais. Professor, escritor, ensaísta, crítico literário, poeta, jornalista, tradutor, artista plástico, historiador, sociólogo, antropólogo, politólogo, deixou uma vasta obra multifacetada”.