Não é por acaso que o “Festival das Lanternas” se realiza – já pelo terceiro ano consecutivo - neste período do ano, antes e durante o outono, explicou à Lusa o arquiteto Carlos Marreiros, à margem da inauguração do certame, este sábado.

O festival realiza-se em paralelo com uma tradicional celebração chinesa – o festival do bolo Lunar (ou festival da Lua), que coincide todos os anos com o equinócio de outono do calendário solar.

Nesta altura, conta-nos, as crianças “pegam nas suas lanternas para celebrar a Lua nas suas mãos”, uma tradição "que nunca se perdeu em Macau".

As esculturas "gigantescas" de Marreiros, entre seis e doze metros, são uma interpretação contemporânea da Lanterna do Coelhinho, uma estrutura de bambu e papel colorido que existe há mais de 200 anos em Macau.

Quando o território passou para a administração chinesa, em 1999, a estrutura "curiosamente adquiriu as cores da China e de Portugal", lembrou o artista: o vermelho e amarelo, de ambos os países, e ainda o verde, da bandeira lusa.

“Aqui, interpreto de forma contemporânea e em vez de utilizar bambu utilizo uma estrutura aligeirada de aço, para aguentar os tufões", garantiu Marreiros, pouco depois de Macau ter assinalado um ano do "Hato", o pior tufão dos últimos 53 anos a atingir o território.

Apesar de ser o autor de metade destas "estruturas de luz" - como gosta de lhes chamar, Carlos Marreiros convida todos os anos artistas internacionais. Este ano, há estruturas da autoria da portuguesa Ana Jacinto Nunes, e ainda de uma britânica, de um italiano, de um chinês e de um local, de Macau.

Para a terceira edição Marreiros escolheu o tema “Love is in the air” (o amor está no ar). “A ideia é muito simples”, confessa, mas “para que se torne popular” deve seguir uma mensagem simples. Este ano é isso mesmo: “o amor nas suas várias formas”, disse.

Por fim, o arquiteto mostrou vontade de continuar a organizar o festival nos próximos anos, em que espera estender as estruturas iluminadas "a toda a avenida".

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