Um americano publicou um anúncio no jornal inglês The Times em que reclama para si o título de legítimo rei de Inglaterra. Allan V. Evans explica a sua legitimidade pelo facto de ser descendente de uma linhagem de Cunedda Wledig, fundador do reino de Gales. O americano afirma ser "um descendente direto de uma linha de primogénitos que se mantém intacta e que está legalmente documentada desde o século III na Grã Bretanha e registada no Royal College of Arms".
O anúncio publicado no The Times teve por objetivo, segundo o próprio, notificar todos os parentes da sua existência. Allan V. Evans afirma também nos próximos 30 dias tenciona reclamar além da sua identidade histórica, também as terras, ativos e títulos que lhe estão associados. Em relação ao trono, o americano mostra-se mais paciente e garante que nada fará até à morte da rainha Isabel II.
Depois disso, outro tempo virá e Evans incentiva todos os bretões a alegrarem-se porque "a luz da liberdade e do igualdade será promovida e promulgada, a democracia e todos os valores democráticos serão promovidos e Lady Britania que tanto contribuiu para a cultura e história do mundo será renovada e irá recuperar a sua grandeza". A reivindicação invoca as lendas e os mitos que, garante Evans, são afinal verdadeiros: "a lenda não era um mito mas sim verdade e mais que uma mera história de Tolkien em que os homens do ocidente estavam de regresso agora é tempo do regresso do Rei".
O anúncio de Allan V. Evans ganhou repercussão nos media ingleses depois de David Mapstone, que se identifica no Twitter como trabalhando na Sky News, ter dado conta do anúncio do The Times num tweet publicado na sua conta.
O jornal inglês The Independent seguiu a pista de Evans e, além de confirmar que efetivamente o anúncio foi publicado na edição de ontem do The Times, na página 53, descobriu mais algumas curiosidades.
Descobriu, por exemplo, que em 2012 um homem com o mesmo nome - Allan V. Evans - oriundo de Wheat Ridge, no Colorado, também reclamou um conjunto de terras no condado de Twiggs. Também nessa altura, a reclamação tinha por base alegadas provas que os seus antepassados tinham vivido nos locais referenciados, mas sem que existissem documentos legais que o comprovassem. Em 1901, o tribunal do condado em que Evans reclamou ter propriedades tinha sofrido um incêndio em que desapareceram todos os documentos legais, evento que poderia ser invocado para defender ou para questionar a reclamação de Evans.
O The Independent procurou obter mais informação junto do departamento inglês que gere os temas legais associados às propriedades que apenas referiu não ter qualquer contacto com nenhuma pessoa com o nome do autor do anúncio no The Times.
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