No filme, realizado por Filipe Ascensão e que foi hoje apresentado à imprensa, é o também moçambicano Hilário, ex-jogador do Sporting e amigo de infância no bairro da Mafalala, que conta o motivo da alcunha.

“Magagaga era o ‘gajo’ que trepava”, conta Hilário no documentário de hora e meia, em alusão à força e velocidade de Eusébio ainda jovem e que se manifestou sempre nas suas qualidades de futebolista.

O filme de Filipe Ascensão historia o percurso desportivo de Eusébio, de Moçambique a Lisboa, projetado numa criança com a bola colada ao pé, em fintas junto às casas de zinco nas ruas empoeiradas da Mafalala.

Eusébio é, através do seu próprio testemunho, a figura que conduz o que foi a sua vida, em alguns aspetos pessoais e, sobretudo, no plano desportivo, desde as dúvidas até à consagração como melhor jogador, com a Bola de Ouro, em 1965.

No documentário hoje apresentado, o realizador Filipe Ascensão segue uma linha cronológica da vida do antigo internacional português, na qual conta a conhecida disputa entre Benfica e Sporting, até à afirmação total do ex-futebolista.

A idolatria por Di Stefano, a quem venceu a Taça dos Campeões europeus, o lado supersticioso, ou o momento em que soube que era o melhor jogador são relatados na primeira pessoa por Eusébio.

O ‘Pantera Negra’ chega mesmo a dizer que não deu muita importância à Taça dos Campeões porque ficou, como desejava, com a camisola do seu ídolo Di Stefano, jogador que também olhava para Eusébio como único.

“Para mim, Eusébio será o melhor jogador de todos os tempos”, são as palavras do ex-jogador do Real Madrid, que morreu seis meses depois de Eusébio, ambos em 2014.

Os muitos golos (733), as jogadas, a chamada de Salazar, as lágrimas na derrota no Mundial de 1966, o joelho massacrado, tudo é assinalado no filme de Filipe Ascensão, numa história acompanhada não só pela voz de Eusébio, mas de companheiros como Hilário, Simões, José Augusto, ou de Bobby Charlton, figura ícone do Manchester United.

Luís Figo ou Cristiano Ronaldo, os outros únicos jogadores portugueses que conquistaram a Bola de Ouro, também dão o seu depoimento, com o jogador do Real Madrid a dizer ter noção, por aquilo que viu, que Eusébio “era um fenómeno”.

Na história fica também o momento em que Eusébio, cansado da dureza dos adversários, fez de propósito para rematar um livre contra Manuel Rodrigues, que deixou o jogador do Belenenses no hospital, depois de perder os sentidos, levando a que Eusébio não conseguisse concentrar-se mais nesse jogo.

O filme, que enaltece e historia o percurso de Eusébio, estará nos cinemas no dia 23 de março, num momento em que passaram três anos desde a morte da antiga glória do futebol português, vítima de insuficiência cardíaca, em janeiro de 2014.

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