“Chamei-lhe ‘Escrito no Destino’, porque tem a ver com a história que nós traçamos, e eu acredito que o que eu tenho feito é fruto daquilo que tenho traçado e aprendido”, disse Helder Moutinho, em entrevista à agência Lusa.

“No fundo, o espetáculo reflete todos os discos que já fiz, desde ‘Sete Fados e Alguns Cantos’ (1999), até ao mais recente, ‘Manuel do Coração’ (2016), em que tenho muitos fados tradicionais, alguns com poemas de minha autoria”, acrescentou.

Entre os cinco CD que publicou, “Luz de Lisboa” foi distinguido com o Prémio Amália para o Melhor Disco do Ano.

Segundo o fadista, também poeta e produtor musical, “o fado ainda está na moda, graças a Deus”, mas alerta que esta é “uma questão cíclica”, que já foi vivida noutras épocas, e citou períodos em que pontificaram nomes como Alfredo Marceneiro e Maria Alice e, mais tarde, Amália Rodrigues.

Fazendo um balanço da sua carreira, o criador de “O Meu Coração Tem Dias” afirmou: “Nunca quis deixar de estar sempre a aprender, e tentar aperfeiçoar a minha forma de interpretar, e aprofundar a minha forma de ser fadista, que é uma coisa que se faz diariamente”.

“Tentando cada vez mais aperfeiçoar-me, adaptar-me à realidade das minhas capacidades e, com isso, apurando cada vez mais a minha forma de interpretar, com isto, o resto vem a nós, os compositores, os letristas…”, disse.

No palco do S. Luiz, Helder Moutinho vai ser acompanhado pelos músicos Ricardo Parreira, na guitarra portuguesa, André Ramos, na viola, e Ciro Bertini, no contrabaixo.

Helder Moutinho cantou, entre outras casas de fado, no Nonó, que existiu no Bairro Alto, em Lisboa, na Taverna D’El Rei, em Alfama, também já encerrada, e, atualmente, nas suas casas de fados Maria da Mouraria ou na Tasca do Faísca, ambas na histórica rua do Capelão, onde morreu a fadista Maria Severa Onofriana, e onde nasceu e viveu Fernando Maurício, que a tradição adjetivou como “rei do fado”.