A semana foi criada pela associação britânica sem fins lucrativos Fashion Revolution, fundada após o colapso do complexo têxtil Rana Plaza, situado em Dacca, no Bangladesh, em abril 2013, no qual morreram 1.100 trabalhadores. O Rana Plaza era um edifício com nove andares que albergava diversas unidades de confeções, onde eram fabricadas peças para várias marcas de moda, como a Benetton, a Primark ou a Mango.
“Acreditamos na moda – uma indústria que valoriza as pessoas, o ambiente, a criatividade e os lucros em igual medida, e é responsabilidade de todos assegurar que isto acontece”, lê-se no 'site' oficial da Fashion Revolution.
A associação aproveita a Fashion Revolution Week para encorajar as pessoas a perguntarem às marcas ‘quem fez a minha roupa’, exigindo transparência na cadeia da indústria da moda.
No primeiro dia da Fashion Revolution Week, segunda-feira, a associação divulga a edição deste ano do Fashion Transparency Index, um ‘ranking’ dos níveis de transparência de cem das maiores empresas de moda a nível mundial.
No índice do ano passado, o primeiro, ficou a saber-se que “apenas um terço das 40 maiores empresas de moda divulgaram informação ao público sobre a sua cadeia de abastecimento”, ou seja sobre os locais onde as roupas são feitas.
“Como consumidores merecemos saber que o que compramos não foi feito com recurso à exploração”, defende a associação.
Entre segunda-feira, dia 24 de abril, e domingo, dia 30 de abril, haverá atividades em cidades de todo o mundo.
Em Lisboa, a Fashion Revolution Week arranca em duas escolas. Assim, na segunda-feira, na escola secundária artística António Arroio, haverá uma sessão de costumização de roupa e um 'workshop' de tricot. Para a escola secundária José Gomes Ferreira está agendado um 'workshop' de estampagem.
Para terça-feira, está marcada, na Fundação Calouste Gulbenkian, a videoconferência “Sustainable Clothing: More than a Trendy Approach, the Responsibility of Rethinking the Fashion System” ("Roupa sustentável: mais que uma abordagem ‘trendy’, a responsabilidade de repensar o sistema da moda", em tradução livre).
Na quarta-feira, há uma nova sessão de costumização de roupa, na escola secundária António Arroio, um 'workshop' de Costura, na escola secundária Leal da Câmara, em Rio de Mouro, no concelho de Sintra, e um 'workshop' de Tecelagem em Trapilho, assim como a palestra “A vida de uma peça de roupa”, na escola secundária José Gomes Ferreira.
Para quinta-feira, está marcada a palestra "Fibras Naturais vs. Fibras Sintéticas: Qual o caminho para a Sustentabilidade" e há um 'workshop' de estampagem com flores, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
Nesse dia, na escola António Arroio haverá "Love Stories", com o projeto A Avó Veio Trabalhar, e a escola José Gomes Ferreira tem um 'workshop' de estampagem com pincel e a atividade "Escreve uma carta a quem fez as tuas roupas".
No dia 28, sexta-feira, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, decorre a palestra “Valorização dos Produtores” e, na escola secundária Leal da Câmara, haverá um ‘swap market’ (mercado de trocas).
Nos dias 29 e 30, as atividades concentram-se no Mercado de Arroios, onde haverá, entre outros, um 'worskshop' de compras sem desperdicidio, um ‘swap market’, uma oficina de transformação e uma outra de reparação de roupa, a conferência "Como consumir sustentável em Portugal?", um mercado de Artesanato e Produtos Portugueses Certificados e um desfile de marcas sustentáveis.
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