"Partindo da experiência de 40 festas, sua identidade, teremos de prosseguir e aprofundar a discussão sobre o seu enriquecimento, num debate que envolva membros do partido e da JCP [Juventude Comunista Portuguesa], mas também dos visitantes e de todos os que nela participam", defendeu, referindo-se a "aspetos decisivos para o futuro: programa político-cultural, novos polos de atração e soluções que garantam maior conforto e comodidade aos visitantes".

A edição de 2017 da festa comunista, a 41.ª, vai realizar-se entre 1 e 3 de setembro, muito próxima da data previsível para as eleições autárquicas, e, segundo o dirigente do PCP, as "entradas permanentes" (bilhetes) estarão à venda a partir do 96.º aniversário do partido, a 6 de março, seguindo-se as primeiras "jornadas de trabalho" para a montagem do recinto, a partir de junho.

"A festa é, com natural orgulho, uma grande obra dos comunistas e do seu partido, mas não a fazemos para nos fecharmos sobre nós mesmos, antes para abrir a todos", congratulou-se Alexandre Araújo, destacando o "espaço de alegria e convívio, por onde passa o que de melhor acontece e se produz no país: artes e cultura, desporto, grandes espetáculos - da música erudita à mais popular -, do teatro ao cinema, exposições, artes plásticas, livros, ciência, gastronomia e cultura regional".

O PCP, entre outubro de 2014 e maio de 2016, pediu a ajuda monetária de militantes e simpatizantes ou frequentadores da Festa do "Avante!" e alcançou receitas de 1,2 milhões de euros para cobrir os 950 mil euros que custaram os seis hectares e obras necessárias, obtendo assim mais um terço do espaço total, contíguo à Quinta da Atalaia, junto à baía do Seixal.

"Lançámos a campanha [de angariação] de fundos para aquisição da Quinta do Cabo [da Marinha] e alargamento da festa no momento em que o povo era alvo de uma feroz ofensiva. Só uma grande confiança no coletivo partidário, nos democratas e patriotas, nos trabalhadores e no povo e no enraizamento da festa junto de sucessivas gerações, que cresceram com ela, podia fazer crer que se alcançaria com êxito os objetivos", elogiou.

O membro do Secretariado Nacional do PCP classificou a 40.ª edição, a primeira em que foi utilizado o novo terreno, como um "extraordinário êxito, um importante acontecimento político, cultural, desportivo e de massas", com a "ampla participação da juventude, muitas famílias, crianças, homens e mulheres que” foram “pela primeira vez à festa".

"Há muitos anos não tínhamos uma festa tão exigente - tivemos de desbravar terreno virgem, instalar infraestruturas de águas, esgotos, comunicações, energia, iluminação pública, abrir novos acessos e arruamentos, novas praças, uma nova entrada, um novo espaço criança, plantar árvores... assente no coletivo partidário, na militância de milhares de homens, mulheres e jovens, numa contribuição fraterna e solidária, uma vez mais, poderosa demonstração de realização dos comunistas e do seu partido", descreveu.