"A preocupação com a segurança nos festivais é uma preocupação de sempre. E a prova disso é que não há grandes registos de problemas nos festivais portugueses. É verdade que estamos mais atentos e que a segurança está reforçada", afirmou Jorge Lopes, promotor do Meo Marés Vivas e presidente da recém-criada Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE).

Do calendário de festivais de música, que se intensifica nas próximas semanas, há eventos em locais históricos, como o castelo de Sines, em recintos fechados, como o Meo Arena, dentro de localidades ou espalhados por espaços públicos e em espaços mais campestres, com direito a campismo.

São os casos do Vodafone Paredes de Coura e do Meo Sudoeste, ambos em agosto, um junto ao rio e outro perto da costa alentejana. Ambos têm um maior contacto com zona florestal, mas os promotores garante cumprimentos de protocolos de emergência.

"O campismo do festival Paredes de Coura tem permanentemente um posto de bombeiros e os bombeiros a vigiar. Quem conhece o campismo do festival Paredes de Coura já viu com certeza os bombeiros em ações de sensibilização e de prevenção do recinto. Tem corrido bem e assim vai continuar. Não há nenhum reforço, há uma continuidade de um trabalho que é feito há vários anos", explicou João Carvalho, um dos fundadores do festival minhoto.

Luís Montez, promotor, entre outros, dos festivais Meo Sudoeste e Super Bock Super Rock, afirmou que vão ser reforçadas as medidas de segurança, mas escusou-se a adiantar quais. A intenção é garantir a segurança dos espectadores, mas de forma discreta.

Num contexto mais urbano, no centro de Barcelos acontece em julho o Milhões de Festa e a organização explica que os planos de segurança são moldados às necessidades de cada edição.

"Temos uma estrutura de segurança que todos os anos é validada pela Polícia e pela Proteção Civil. Todos os anos existem novos pontos que são adicionados. Já no ano passado houve um reforço de revisão, portanto o plano de segurança, apesar de ser executado pelas mesmas pessoas, nunca é estanque", explicou Márcio Laranjeira, da organização.

Mas se há planificação e obrigações por parte de quem organiza, do lado dos espectadores também há regras a cumprir.

A associação APORFEST disponibilizou recentemente um "guia de segurança do festivaleiro", com dez propostas de comportamento, como o respeito pelos postos de revista das autoridades, cumprimento de normas do recinto, evitar andar sozinho e ser paciente.

No caso do festival Bons Sons, que acontece em agosto dentro de uma aldeia, as maiores precauções da organização são com quem fica na zona de campismo, prepara para acolher cerca de 2.500 pessoas.

Luís Ferreira, diretor do festival, explicou à Lusa que por causa do incêndio ocorrido no ano passado no festival Andanças, houve um reforço das medidas de vigilância e emergência no Bons Sons e uma maior consciencialização dos espectadores.

"As pessoas têm de colaborar com os procedimentos e o incêndio no Andanças fez com que se vigiassem mais os comportamentos", disse.

Desimpedir estradas de acesso e limpar matos são duas das medidas de prevenção que o festival prepara para o recinto, para o parque de estacionamento e para o campismo, além de ter o obrigatório plano de emergência e cerca de 400 pessoas da organização a garantir o cumprimento dos procedimentos.

Por seu lado, o próprio Andanças volta a realizar-se este ano, em Castelo de Vide, no Alto Alentejo, mas num outro espaço e com menos dias de duração, mais próximo do meio urbano.

Sobre o panorama geral, João Carvalho remata: "Os festivais são dos eventos mais seguros do país, pelo menos na realidade nacional, que eu conheço bem, são dos eventos mais seguros. Temos a segurança, temos revista à porta, temos polícia fardada e à civil, temos vigilância. É manter o trabalho que tem sido feito".