“Abrir o festival com um filme português e fechar com um filme português é obviamente uma declaração de amor ao cinema português e uma chamada de atenção para a necessidade de preservar este ecossistema do cinema português, naquilo que tem de mais autónomo, mais livre, mais independente, como o festival”, afirmou um dos diretores do IndieLisboa, Nuno Sena, à agência Lusa.
O festival abre hoje com “A Árvore”, ficção de André Gil Mata rodada integralmente na Bósnia-Herzegovina e que também integra a competição nacional, e encerra a 06 de maio com “Raiva”, de Sérgio Tréfaut, a partir do romance “Seara de vento”, de Manuel da Fonseca.
Segundo Nuno Sena, o IndieLisboa tenta ser, a cada edição, “um retrato do ano cinematográfico em curso, mostrando produções inéditas em Portugal”.
“A nossa responsabilidade em relação ao cinema português é a de ser o primeiro momento de nascimento público destes filmes e tentar projetá-los para o público nacional, mas também para um potencial percurso internacional”, sublinhou.
Além de “A árvore”, a competição portuguesa de longas-metragens contará com os filmes “Tempo Comum”, de Susana Nobre, “Our Madness”, de João Viana, “Mariphasa”, de Sandro Aguilar e “Bostofrio, où le ciel rejoint la terre”, de Paulo Carneiro.
A competição de curtas-metragens contará com 16 filmes, entre os quais “Anjo”, estreia do ator Miguel Nunes na realização, “Russa”, de João Salaviza e Ricardo Alves Jr., “Sleepwalk”, de Filipe Melo, “Self destructive boys”, de André Santos e Marco Leão, e “Amor, Avenidas Novas”, de Duarte Coimbra, já selecionado este ano para Cannes.
Este ano, o IndieLisboa mostrará 245 filmes. A ambição é “tentar fazer uma súmula do que parece mais relevante, mais original, mais inovador”, disse Nuno Sena.
Da programação, destaque para as retrospetivas dedicadas à realizadora argentina Lucrecia Martel, que estará em Portugal para apresentar o mais recente filme, “Zama”, e ao realizador francês Jacques Rozier, 91 anos, uma das primeiras figuras da ‘Nouvelle Vague’.
O IndieLisboa decorrerá no Cinema São Jorge, na Culturgest, na Cinemateca e no Cinema Ideal, mas terá também programação na Biblioteca Palácio Galveias e na Casa Independente.
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