O certame, que se realiza entre quinta-feira e domingo, nesta cidade do litoral Norte, continua a ter o livro e a edição independente como eixos centrais, mas volta a incorporar a música, o cinema e artes plásticas, num vasto programa que se multiplica por diversos locais de Vila do Conde.
Exemplo dessa abrangência é uma exposição em espaços comerciais da cidade, da coleção “Missão: Democracia”, das edições da Assembleia da República, dirigida aos mais novos, com a apresentação de livros que compõem esta coleção.
Também destaque nesta edição do aMOSTr é um espetáculo concebido partir da antologia “Direito de Resposta”, coordenada por Ricardo Marques e editada pela Flan de Tal, onde 25 autores nascidos depois do 25 de Abril respondem a 25 poemas do passado, com música de Filipe Raposo, desenhos de António Jorge Gonçalves e leituras de Carla Bolito e Teresa Coutinho, que acontece a 05 de outubro, no Teatro Municipal de Vila do Conde.
“Ao invocarmos o 25 de Abril estamos, também, a desempenhar um papel interventivo, no sentido de provocar o pensamento e a reação. Reunir 25 autores nascidos antes do 25 de Abril, alguns que nem sequer nasceram em Portugal, desperta também esse lado provocatória do pensamento”, partilhou com agência Lusa João Pedro Azul, um dos responsáveis do aMOSTr,
Ainda no âmbito das exposições, e patente no Teatro Municipal, haverá “Livros Proibidos pela Ditadura”, numa parceria com a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Em foco nesta edição do aMOSTr estarão os poetas Ernesto Sampaio e Alberto Pimenta. O primeiro com a apresentação da antologia “Poesia”, com edição VS, por Manuel Silva Ramos e Diogo Paiva. Já Alberto Pimenta será a figura central de uma conversa sobre a sua obra, moderada por Inês Cardoso, com Edgar Pêra, Fernando Mora Ramos, Manuel Portela e Rui Miguel Ribeiro.
No cinema haverá uma sessão em parceria com o Cineclube de Vila do Conde, com exibição de “O Homem-Pykante – Diálogos Kom Pimenta”, de Edgar Pêra, e também a Cinem’aMOSTr, uma mostra de cerca de 30 curtas-metragens, oriundas de mais de 20 países, criadas a partir de poesia, resultante da seleção de mais de 700 filmes, que chegaram de vários pontos do mundo.
Nos dias 03 e 04 de outubro, no Teatro Municipal, irá acontecer uma oficina editorial, coordenada por João Pedro Azul e Luís Nobre, aberta ao público em geral, onde se irá definir conjuntamente o próximo número da revista Flanzine.
A organização do aMOSTr continua apostada em levar o evento a diversos públicos, sobretudo os mais jovens, e retomando o projeto “O autor vai à Escola” com as autoras Regina Guimarães, Rita Taborda Duarte, Isabel Peixeiro e Sara Duarte Brandão, e também uma Oficina de Impressão Botânica, por Abigail Ascenso, no Palacete.
“Sentimos que tem sido difícil chegar a um público entre os 30 e os 50 anos, que está mais distante da literatura, ao contrário dos mais jovens e dos mais velhos. A ida dos autores às escolas é uma forma de incentivarmos novos leitores, e sentimos que estamos a ter resultados importantes”, partilhou João Pedro Azul.
A aMOSTr – Mostra de Edições Independentes, que decorre entre 03 e 06 de outubro, com o Teatro Municipal de Vila do Conde como espaço âncora, mas com iniciativas em vários pontos da cidade, é organizado pela Cabe Cave Associação Cultural em parceria com a Câmara Municipal Vila do Conde.
Comentários