A contratação pública para a adjudicação da 6.ª edição do festival O Sol da Caparica finalizada hoje com aquela empresa pertencente ao Grupo Chiado, no montante de 70.000 euros, permite “uma poupança significativa de fundos públicos, que serão canalizados para investimento noutras áreas estratégicas, sociais, culturais e turísticas”, refere um comunicado da autarquia presidida pela socialista Inês de Medeiros.

“Os princípios associados à realização desta 6.ª edição d’O Sol da Caparica mantêm-se inalterados — a promoção da Costa da Caparica bem como da música dos países de língua oficial portuguesa”, lê-se num comunicado daquela autarquia.

A Câmara Municipal de Almada refere ainda ser “com grande alegria” que anuncia a realização da 6.ª edição do festival, cujo cartaz “corresponde” ao objetivo de sempre do município.

“Receber em Almada um dos maiores eventos musicais do país, que aposta na promoção da língua portuguesa, acompanha os nossos artistas, jovens e consagrados, fortalece os laços com toda a comunidade de países de língua portuguesa e reafirma Almada e a Costa da Caparica como terra de cultura, dinâmica e inovadora, terra de bem estar e gente boa” é, para Inês de Medeiros, o objetivo do certame.

A 6.ª edição de O Sol da Caparica será realizada em parceria com a Storm Productions, sendo o cartaz oficial anunciado em breve, acrescenta o comunicado.

No passado dia 14, a autarquia de Almada revelou ter um prejuízo acumulado de perto de cinco milhões de euros com a realização de cinco edições do festival O Sol da Caparica, o que a levou a procurar um novo promotor.

Em declarações à agência Lusa, fonte do município adiantou que, na edição realizada em 2018, a câmara investiu 1,7 milhões de euros e que as receitas foram de 765 mil euros, o que representou um prejuízo de cerca de 962 mil euros.

“Considerando que, desde 2014, decorreram cinco edições, estaremos a falar de um prejuízo acumulado de perto de cinco milhões de euros”, explicou a mesma fonte.

O prejuízo total será, todavia, superior àquele montante, uma vez que nele não estão contabilizados os custos relativos às cedências do espaço para a realização do evento, de espaços públicos para a promoção do festival, de escritórios durante todo o ano à empresa organizadora, de utilização de material informático e de escritório, os consumos de água e eletricidade nem a utilização de funcionários da autarquia para montagem, preparação e limpeza do espaço, sublinhou.

Desta forma, o “avultado prejuízo” com a realização do festival foi determinante para que a autarquia decidisse “deixar de assumir integralmente os custos”.

Dias antes, a autarquia avançara à Lusa que O Sol da Caparica iria regressar este ano, mas que estava à procura de um novo promotor.

A organização do festival estava a cargo da AMG Music, mas o contrato com a empresa terminou este ano e, tendo em conta os resultados obtidos, a Câmara de Almada “só poderia voltar a contratar um produtor por procedimento público”, referiu na mesma altura.

Ainda assim, o município realçou que a ex-empresa organizadora “foi consultada no âmbito do procedimento público de contratação”.

Numa nota enviada à Lusa, a AMG Music esclareceu que foi convidada pela autarquia para uma consulta prévia ao procedimento público de contratação, mas optou por não apresentar qualquer proposta.

“A AMG Music não apresenta proposta para este caderno de encargos. É nossa convicção, que o modelo proposto e condições oferecidas de exploração do Festival o Sol da Caparica não permite alcançar, com qualidade e eficácia, a exemplo dos anos anteriores, os resultados positivos deste Festival criado por nós para a Câmara Municipal de Almada”, lia-se na resposta da empresa à autarquia.

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