A 12.ª edição do Sumol Summer Fest contava realizar-se a 02 e 03 de julho no Ericeira Camping, concelho de Mafra, mas foi hoje adiada para 01 e 02 de julho de 2022.
"A cerca de três semanas das datas previstas, com o tempo necessário para a preparação e montagens, e não sendo ainda conhecidas as regras para a realização de grandes eventos, tivemos de tomar a difícil decisão de adiar uma vez mais a 12.ª edição", afirmou a promotora Música no Coração.
Para esta edição estavam previstas atuações de Burna Boy, Nenny, Piruka e o espetáculo de hip hop nacional "Eixo Norte-Sul", com nomes como Mundo Segundo, acompanhado de Maze, Ace, Deau, Virtus, Xeg, Chullage, Sir Scratch e Kappa Jotta.
Segundo a organização, o bilhete adquirido para as edições de 2020 ou 2021 - adiadas por causa da covid-19 - estão válidos para a edição de 2022, sem necessidade de troca ou emissão de novo ingresso. O reembolso pode ser solicitado nos 14 dias úteis seguintes à data que estava prevista para 2021.
Por causa das restrições para limitar a propagação da covid-19, pela situação pandémica noutros países, pelos diferenciados ritmos de vacinação e pela falta de clarificação das regras de realização deste tipo de eventos, foram já adiados vários festivais de música, entre os quais o ID No Limits e o CoolJazz (ambos em Cascais), o Alive (Oeiras), o Rock in Rio Lisboa, o Super Bock Super Rock (Sesimbra), o Bons Sons (Tomar), o Primavera Sound (Porto), o Boom Festival (Idanha-a-Nova), o Barroselas Metalfest, o Músicas do Mundo de Sines, o Gouveia Art Rock e o Rolling Loud (Portimão).
No entanto, continuam marcados os festivais Sudoeste (Odemira), Vilar de Mouros e Paredes de Coura, todos em agosto.
O festival Rodellus, na freguesia de Ruílhe (Braga), anunciou hoje que manterá a edição deste ano, "adaptada aos desafios da atualidade", nos dias 24 e 31 de julho e 07 de agosto, e com artistas portugueses.
Pelo país estão a ser anunciados outros eventos, de pequena escala, e feitos sobretudo com música portuguesa, como o Festival das Artes QuebraJazz, em julho, em Coimbra, e que junta dois festivais que normalmente decorrem em separado no verão, e o Festival Artes à Vila, a 25 e 26 de junho, no Mosteiro da Batalha.
Entre abril e maio foram realizados quatro eventos-piloto em Braga, Coimbra e Lisboa, com plateia sentada e em pé, e com a realização prévia de testes de diagnóstico aos espectadores, com o objetivo de definir "novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espetáculos e festivais".
Mais de um mês depois, não foram ainda divulgadas as conclusões desses eventos-piloto.
O promotor Álvaro Covões, da direção da Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE), disse hoje à agência Lusa que a DGS informou as associações do setor, na sexta-feira, de que terá tido "um problema informático" com os dados dos espectadores que participaram nos eventos-piloto.
A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter mais esclarecimentos hoje da Direção-Geral de Saúde.
Na passada quarta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a obrigatoriedade de realização de testes de diagnóstico à covid-19 para a entrada em eventos desportivos e culturais e para a participação em eventos familiares, incluindo casamentos e batizados.
Na altura, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, explicou que cabe à Direção-Geral da Saúde (DGS) definir o número de participantes por evento a partir do qual é exigida a realização de teste à covid-19.
"Não sabemos o que está em causa, não está claro se [a testagem obrigatória] é para todos os espetáculos ou para os espetáculos acima de uma determinada lotação. Está confuso e parece-nos bizarro", afirmou Álvaro Covões, referindo que a APEFE pediu mais esclarecimentos à DGS.
No domingo, a Associação Espetáculo - Agentes e Produtores Portugueses defendeu que os testes de diagnóstico à covid-19 devem ser gratuitos em eventos culturais e, como contrapartida à obrigatoriedade, pedem um aumento da lotação das salas.
À Lusa, Rafaela Ribas, da direção da Associação Espetáculo, afirmou que a decisão de quarta-feira do Conselho de Ministros provocou "uma paragem quase total na venda de bilhetes".
"Os espetadores veem que vai ser preciso testar em eventos, há muita incerteza e isso leva a uma retração da compra e, neste momento, as bilheteiras estão paradas a aguardar uma definição melhor", disse.
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