“Diários de Otsoga”, que chega aos cinemas franceses na quarta-feira, foi rodado em 2020 já em plena pandemia, com os atores Crista Alfaiate, Carloto Cotta e João Nunes Monteiro e toda a equipa técnica confinada numa casa, com jardim e piscina.

O argumento é de Mariana Ricardo, Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, e todos eles – incluindo também outros elementos da produção – entram no filme, discutindo e construindo coletivamente a narrativa à medida que ela foi feita.

O detalhe está na manipulação da lógica temporal, em “cronologia invertida”, como explica Miguel Gomes no decurso do filme. O que aparenta ser uma história de quatro amigos, que decidem construir um borboletário no jardim da casa onde estão fechados, é afinal um filme sobre a construção de um filme.

Depois de Cannes, “Diários de Otsoga” integrará o Festival de Curtas de Vila do Conde e estreará nos cinemas portugueses a 19 de agosto.

“Diários de Otsoga” é o primeiro filme coassinado pelo realizador português Miguel Gomes e pela cineasta francesa Maureen Fazendeiro.

A 53.ª Quinzena dos Realizadores, um programa paralelo e não competitivo do Festival de Cannes, decorrerá até 17 de julho.

Este será um regresso de Miguel Gomes à Quinzena de Realizadores, onde já apresentou “Aquele querido mês de agosto”, em 2008, e “As mil e uma noites”, em 2015.