De acordo com a fundação, a artista, nascida em 1977, a viver e a trabalhar em Lisboa desde 2012, irá apresentar trabalhos recentes em filme e escultura, na exposição "Emily Wardill. Black Matt and Rat", que abre ao público na sexta-feira, e vai ficar patente na Gulbenkian até 28 de agosto.

Produzida em parceria com o Bergen Kunsthall da Noruega, esta exposição reúne dois novos filmes, uma série de relevos escultóricos e um conjunto inédito de fotogramas, nas quais a artista "explora os limites da comunicação e da linguagem, criando narrativas onde convergem realidade, fantasia e sobrenatural, com referências, por vezes, aos filmes de terror", segundo uma nota de imprensa da Gulbenkian sobre a mostra.

O filme "I gave my love a cherry that had no stone" (2016), filmado no 'foyer' do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, "explora a relação performativa do corpo e do espaço e a sua contaminação mútua, afirmadas quer na construção fílmica, quer nas condições de apresentação do filme, materializada numa instalação que desestabiliza a posição do espetador".

Em "No Trace of Accelerator", coproduzida expressamente para as exposições em Bergen e em Lisboa, a artista parte de um misterioso acontecimento ocorrido nos anos 1990, na pequena e isolada cidade francesa de Moirans-en-Montagne.

Na altura, registou-se uma série de incêndios, aparentemente espontâneos, e durante muito tempo sem explicação, o que levou a uma reação e construção coletivas envoltas no medo e na superstição, vindo a dar mais tarde um caso de estudo antropológico.

O fogo é entendido como ação e potência transformadora, um elemento central e catalisador quer para este filme quer para todo o conjunto de obras reunido nesta exposição, acrescenta a Gulbenkian.