O Festival Internacional de Cinema de Lisboa terá filmes portugueses a abrir e a fechar esta 15.ª edição, com “A Árvore”, de André Gil Mata, e “Raiva”, de Sérgio Tréfaut, respetivamente, e a programação geral conta com quase 50 obras nacionais.

“Abrir o festival com um filme português e fechar com um filme português é obviamente uma declaração de amor ao cinema português e uma chamada de atenção para a necessidade de preservar este ecossistema do cinema português, naquilo que tem de mais autónomo, mais livre, mais independente, como o festival”, sublinhou Nuno Sena.

Segundo o programador, o IndieLisboa tenta ser, a cada edição, “um retrato do ano cinematográfico em curso, mostrando produções inéditas em Portugal”.

“A nossa responsabilidade em relação ao cinema português é a de ser o primeiro momento de nascimento público destes filmes e tentar projetá-los para o público nacional, mas também para um potencial percurso internacional”, sublinhou.

A secção competitiva portuguesa de longas-metragens conta com filmes que “renovam as formas cinematográficas, disse Nuno Sena: "A árvore", "Tempo Comum", de Susana Nobre, "Our Madness", de João Viana, "Mariphasa", de Sandro Aguilar - todos já exibidos em festivais internacionais -, e "Bostofrio, où le ciel rejoint la terre", primeira longa-metragem de Paulo Carneiro, em estreia absoluta.

A competição de curtas-metragens contará com 16 filmes, entre os quais "Anjo", estreia do ator Miguel Nunes na realização, "Russa", de João Salaviza e Ricardo Alves Jr., "Sleepwalk", de Filipe Melo, "Self destructive boys", de André Santos e Marco Leão, e “Amor, Avenidas Novas”, de Duarte Coimbra, já selecionado este ano para Cannes.

Este ano, o IndieLisboa mostrará 245 filmes. A ambição é “tentar fazer uma súmula do que nos parece mais relevante, mais original, mais inovador”, disse Nuno Sena.

“Gostaríamos que esta edição fosse fiel ao espírito ‘indie’ desde a sua primeira edição. Trabalhamos com um pé naquilo que tem sido a nossa proximidade com alguns autores que vêm desde há anos construindo uma obra coesa”, explicou.

Nuno Sena referia-se, por exemplo, à realizadora argentina Lucrecia Martel, que teve um filme em competição na primeira edição e é este ano alvo de uma retrospetiva, marcando presença em Portugal para apresentar o mais recente filme, “Zama”.

A segunda retrospetiva do IndieLisboa será dedicada ao realizador francês Jacques Rozier, 91 anos, uma das primeiras figuras da 'Nouvelle Vague', e contará com 22 filmes – praticamente inéditos em Portugal, numa parceria do IndieLisboa com a Cinemateca Portuguesa.

Da longa lista de filmes escolhidos para esta edição, destaque ainda para algumas sessões especiais, nomeadamente os documentários "Debaixo do céu", de Nicholas Oulman, e "O homem pikante", de Edgar Pêra, sobre o escritor Alberto Pimenta, e os dois primeiros episódios de "Sara", a série televisiva que Marco Martins e Bruno Nogueira fizeram para a RTP, protagonizada por Beatriz Batarda.

Das edições anteriores mantêm-se as secções "Novíssimos", para jovens cineastas, "Silvestre", "Boca de inferno" e "IndieMusic".

À boleia desta última secção, o músico John Parish estará em Portugal para apresentar o espetáculo “Screenplay”, a 03 de maio, no Hard Club, no Porto, e no dia seguinte, na Culturgest, em Lisboa.

Destaque ainda para o IndieJúnior, responsável por uma fatia considerável do público do festival, cuja programação se estende para fora do ecrã. Uma das iniciativas será "Strá...tum...pschh", com os bateristas Quim Albergaria e Ricardo Martins a musicarem ao vivo "obras primas do cinema mudo de comédia burlesca".

O orçamento do festival ronda o milhão de euros, entre apoios financeiros, serviços e logísticos.

O IndieLisboa decorrerá no Cinema São Jorge, na Culturgest, na Cinemateca e no Cinema Ideal, mas terá também programação na Biblioteca Palácio Galveias e na Casa Independente.

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