“O júri decidiu atribuir o Prémio Eduardo Lourenço a Isabel Soler, investigadora e ensaísta da Universidade de Barcelona [Espanha]. Foi reconhecida toda a importância do seu trabalho crítico, mas também ensaístico em relação às mais diversas pesquisas que tem vindo a fazer ao longo da sua vida profissional”, revelou ao início da tarde de hoje o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, elemento da direção do CEI.
O autarca destacou o trabalho de Isabel Soler sobre as viagens portuguesas e o navegante enquanto figura primordial do renascimento europeu, referindo títulos como “El nudo y la esfera – el navegante como artífice del mundo moderno” (2003), “Derrota de Vasco da Gama: el primer viaje marítimo a la India” (2011) e “Magallanes & Co.” (2022).
Sérgio Costa salientou que o júri reconheceu a relevância do trabalho de tradução continuado de autores da língua portuguesa, como Vergílio Ferreira, Jorge Amado e Manuel Rui.
“Congratulamo-nos com a elevada qualidade e grande diversidade das candidaturas apresentadas nesta 20.ª edição do Prémio Eduardo Lourenço, o que nos permite dizer que ao fim de 20 anos está cada vez mais cimentado”, declarou o presidente da Câmara da Guarda.
O vice-reitor da Universidade de Coimbra e membro da direção da CEI Delfim Leão admitiu que este ano o júri teve uma tarefa particularmente difícil: “O que é ótimo, porque quando passam 20 anos podíamos pensar se a pertinência do prémio estava a perder forma, mas é exatamente o contrário”.
Delfim Leão assinalou que esta edição “ilustra muito bem o perfil de Eduardo Lourenço e tudo o que se procurou atingir. É algo que estando ele aqui ou noutra dimensão e olhando para a decisão, certamente ficará contente”.
Maria José García Barrado, da Universidade de Salamanca, em Espanha, também partilhou a ideia de que foi uma escolha difícil pela qualidade das candidaturas.
“O prestígio deste prémio nota-se nos candidatos. São muito bons. A escolha por Isabel Soler foi por unanimidade, mas foi difícil”, afirmou, salientando que Isabel Soler é uma grande divulgadora da cultura portuguesa.
O prémio Eduardo Lourenço, no valor de 7.500 euros, distingue personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.
O júri da edição de 2024 foi constituído pelos membros da direção do CEI, pelos membros das comissões científica e executiva do CEI e pelas personalidades convidadas Marta Anacleto e Luísa Braz de Oliveira-Lavoix, indicadas pela Universidade de Coimbra, e María Ramona Domínguez Sanjurjo e F. Javier San José Lera, indicadas pela Universidade de Salamanca.
Na edição de 2023, o prémio Eduardo Lourenço foi atribuído à escritora Lídia Jorge.
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