“O design de interiores não tem de ser caro!” Quem o diz é Sofia Silva, fundadora do KABUKI, uma empresa de design de interiores portuguesa que nasceu há pouco mais de um mês e que promete mudar a forma como pensamos a decoração das nossas casas.
Ao visitar o site, os clientes podem requisitar o serviço que precisam — desde renovar um espaço alterando apenas alguns detalhes até ao staging de uma casa para aumentar as possibilidades de venda —, depois enviam as medidas e fotografias do espaço, definem o estilo que pretendem adotar e o orçamento disponível. A equipa do KABUKI trabalha o projeto e devolve uma proposta de design completa. Tudo sem sair de casa.
A inspiração que dá nome ao negócio vem do estilo de teatro japonês, KABUKI, conhecido pela dramatização e pela maquilhagem peculiar, mas a origem é muito mais do que pura coincidência. A empresa foi co-fundada em 2022 com Diogo Colaço, mas a ideia já estava na mente dos dois há algum tempo, e surgiu no outro lado do mundo, no continente asiático. “Nas nossas andanças pela Ásia, visitámos o Japão várias vezes e tivemos oportunidade de estar em contacto com o teatro KABUKI, onde o palco e o cenário são alguns dos elementos mais importantes. Quando pensámos no conceito para a marca, tentámos associar a casa a um palco. Nós achamos que a nossa casa é o palco onde nos sentimos confortáveis para receber e até para atuar com a família ou amigos”, contam.
Viveram durante quase nove anos na Ásia e sempre lhes chamou a atenção as diferenças de modelos de negócio aplicadas lá fora em todo o tipo de áreas. A tecnologia dominava e, num cenário ainda pré-pandemia, não lhes era estranho que tudo fosse tratado de forma digital. Mas era durante as suas visitas a Portugal que percebiam que, por cá, não era bem assim. “Nós sentíamos que era tudo muito parado aqui. E começámos a pensar como é que isto podia ser trazido para a nossa área de especialidade. Já que hoje em dia fazemos muita coisa online [na Ásia], porque não fazer também este serviço?”.
Aproveitaram aquilo que descrevem como “a vaidade portuguesa em receber”, decidiram criar um serviço que permitisse a qualquer pessoa, independentemente do seu orçamento ou inclinação para o design, investir na sua casa. “Voltámos [da Ásia para Portugal] com a pandemia e sentimos que as pessoas estavam muito mais voltadas para a casa e para a importância e o conforto do lar. Por isso, fazia todo o sentido para nós lançar este projeto.” Agora, e ao embalo da casualidade das chamadas de Zoom diárias, compras online e todo o tipo de serviços feitos à distância, chegou a hora de adaptarem a sua experiência ao ramo ao qual Sofia Silva sempre esteve ligada: a arquitetura e design de interiores.
“Este tipo de serviços ainda é visto como algo muito exclusivo e complexo, em que os designers vêm à nossa casa e têm de tirar medidas e depois logo vão fazer o projeto e arranjar as peças de mobiliário e é tudo muito demorado e dispendioso. O que nós queremos fazer com o KABUKI é democratizar e descomplicar o processo”, explica Diogo Colaço.
Além disso, “o processo do design não exige que o cliente queira 100% do serviço. Há muitos clientes que vêm ter connosco e que só querem uma opinião ou uma sugestão. Uma conversa para tentar perceber o que é que pode não estar a funcionar bem dentro das suas casas. E, muitas vezes, o que acontece dentro dos ateliês normais é que apenas colocam todos os seus serviços à disposição. Nós vimos trazer o outro lado da moeda“.
A sua proposta de valor está em descomplicar o serviço, que é sobretudo feito online, e adaptá-lo às necessidades dos seus clientes.
“O mais básico são os nossos serviços de styling, que passam por dar uma aparência diferente a uma casa. Isto pode ser através de um sofá novo, ou outros elementos novos, ou integrando peças que o cliente já tem. Depois temos o staging, que consiste na transformação de uma casa para que ela se torne mais apelativa para venda, por exemplo. Também temos o serviço de design de interiores, que serve para dar as ferramentas ao cliente para que saiba organizar a sua casa. E, por último, também fazemos serviços de personal shopper. Porque muitas vezes temos clientes que só precisam de ajuda para ir a uma loja e perceber como é que podem integrar cada elemento em sua casa”, descreve Sofia.
Neste momento, já têm o website no ar e o negócio a correr. Aqui é possível requisitar os diferentes serviços, consultar os pacotes de preços e arrancar todo o processo online. Agora, dizem Diogo e Sofia, só falta chegarem a todos os lares de Portugal.
Comentários