Ela é Daenerys Targaryen, a primeira do seu nome, a mãe dos dragões, a libertadora de escravos, Khaleesi (rainha) e...

E depois aconteceu o quinto episódio da oitava temporada de A Guerra dos Tronos. Em resumo, Dany perdeu as estribeiras (e a noção).

E qual é o problema? Depende com que fã estamos a falar. Mas neste caso o foco é outro. Há 3500 pais que podem estar a fazer contas à vida, ou pelo menos a ensaiar uma boa resposta para o dia em que a menina dos seus olhos perguntar: "Pai, mãe, porque me chamo Khaleesi (ou Daenerys ou qualquer uma das variações do nome da personagem de A Guerra dos Tronos)?"

Escreve The Washington Post que, desde 2011, segundo dados da Segurança Social, pelo memos 3552 meninas norte-americanas receberam o nome Khaleesi ou Daenerys — incluem-se neste lote versões do nome mal escritas de forma diferente, como Kaleesi ou Danerys. No entanto, não se incluem nesta base de dados nomes que tenham sido atribuídos a menos de cinco pessoas num determinado ano, pelo que o número pode ser superior.

Só em 2018 o nome Khaleesi foi dado a 560 crianças, sendo o 549.º nome mais popular para meninas nesse ano, superando clássicos como Priscilla (575.º), Anne (599.º) ou Rosie (619.º).

Depois do episódio que saiu este domingo (madrugada de segunda-feira em Portugal) é natural que alguns pais estejam a repensar as suas opções. No entanto, é justo referir que deveriam estar cientes do risco da sua opção, já que o futuro de Daenerys Targaryen - protagonizada por Emilia Clarke - era, literalmente, uma história por escrever.

Katherine Acosta, mãe da pequena Khaleesi, com apenas um ano, não se arrepende. Disse ao The Cut que continua a apoiar a personagem d'A Guerra dos Tronos, mesmo depois do que aconteceu (se não parou de ler até aqui é porque não se importa mesmo com spoilers, então aqui vai: Daenerys Targaryen ataca Porto Real e num acesso de fúria destrói a cidade, mesmo depois de esta se ter rendido, sacrificando mulheres, crianças e tantos outros).

"Eu continuo a torcer por ela. (...) Ela fez o que tinha de fazer. Ela deu várias hipóteses. Ela pergunta: 'vais dobrar o joelho ou não?'. Por isso não percebo porque tanta gente ficou surpresa. Ela já fez isto antes. Se a trais, se não dobras o joelho, vê o que acontece".

Menos pacificada está Jasmine Estrada, mãe da pequena Khalessi de seis anos. "Estou em choque. Foi desapontante vê-la consumida pelo poder. Não foi bom", disse ao The Daily Beast. Apesar do "sentimento agridoce", diz que continua a gostar do nome.

Hector Morales Rivera, à Vulture, que chamou Daenerys à sua menina com agora seis anos, disse que não se arrepende. "Ainda gosto do nome. Tenho boas memórias ligadas a esta série", diz, entre as quais ver a adaptação ao pequeno ecrã dos livros de George R. R. Martin com a mulher grávida, que sentia a bebé chutar cada vez que alguém dizia o nome da mãe dos dragões, conta. Apesar disso não esconde a tristeza que sentiu quando viu Khaleesi "a queimar civis inocentes e casas com o seu dragão e sem travões".

Falta um episódio para o final da série de culto, quem sabe há redenção à vista para a mãe dos dragões (mas não parece provável). O quinto episódio desta última temporada desiludiu alguns fãs, que criticam o rumo da série ou os finais (apressados) escolhidos para algumas das suas personagem. Aqui fica um olhar sobre o que aconteceu na madrugada de segunda-feira.