“Ainda há muito desconhecimento acerca deste tema”, assinala a jornalista e escritora Maria Antónia Palla, uma das fundadoras da segunda biblioteca feminista da Europa em espaço público, que se inspirou na precursora francesa Bibliothèque Marguerite Durand, fundada em 1931.

Através de um protocolo com a Câmara de Lisboa, a iniciativa foi acolhida, há dez anos, na biblioteca municipal de Belém.

O objetivo era “trazer ao espaço público uma biblioteca generalizada uma biblioteca especializada no feminismo”, explica Maria Antónia Palla.

A parceria com a Biblioteca de Belém, que inclui apoio na classificação de livros, “tem corrido muito bem”, regista a fundadora, que só espera que a iniciativa, que homenageia a feminista republicana Ana de Castro Osório, “continue a ser o que é”.

A coleção da biblioteca, resultado da doação de Maria Antónia Palla e de outras quatro fundadoras - Ana Sara Brito, Anne Cova, Manuela Tavares e Maria Teresa Sales -, conta já com cerca de duas mil obras dedicadas à temática do feminismo e da igualdade de género.

Além do acervo, que tem crescido e “já ocupa todos os lugares disponíveis na sala”, têm sido realizados debates mensais “particularmente interessantes para as mulheres”, refere Maria Antónia Palla.

“Este é o nosso contributo de feministas de sempre”, resume Palla.

A década da biblioteca vai ser assinalada com uma sessão na sexta-feira, às 16:00, na Biblioteca de Belém, instalada no Palácio do Marquês de Angeja, que contará com intervenções das fundadoras, bem como da secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, da coordenadora da Biblioteca de Belém, Filipa Barros, e de representantes do coletivo feminista espanhol El Clube de las 25.

A cantora e compositora Teresa Salgueiro fará um momento musical.