“48 artistas, 48 anos de liberdade”, de Filipa Lowndes Vicente e João Pinharanda, é o título de um livro editado em parceria com o MAAT — Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, que reúne os testemunhos dos artistas que participaram nas pinturas que assinalaram o fim da ditadura e a continuidade da democracia, a ser publicado na próxima quinta-feira.

A 10 de junho de 1974, 48 artistas reunidos num autodesignado Movimento Democrático de Artistas Plásticos executaram no Mercado do Povo, em Belém, uma enorme pintura que foi destruída por um incêndio em 1981.

Quarenta e oito anos depois, esse painel foi reinterpretado pelo mesmo número de criadores no exterior do MAAT, tendo contado com o contributo de artistas de diferentes idades, percursos e linguagens, alguns envolvidos na produção da primeira obra e todos ativos na cena artística portuguesa das últimas décadas, explica a editora.

Esta obra a ser agora publicada nasceu dos testemunhos dos envolvidos no projeto e contempla fotografias tiradas em 1974 e em 2022, ensaios de João Pinharanda e Filipa Lowndes Vicente sobre as obras e depoimentos e entrevistas aos artistas que trabalharam nas duas pinturas.

No dia 23, a Tinta-da-China dará início à publicação da prosa completa de Antero de Quental, um dos nomes maiores da cultura portuguesa, com edição, prefácio e notas de Ana Maria Almeida Martins, especialista na obra do escritor português.

O primeiro de três volumes, “Prosas I: Coimbra, 1857-1866”, é referente aos anos de 1857 a 1866, quando Antero estudava em Coimbra.

No mesmo dia, chegam às livrarias “Erro Extremo III”, de Miguel Tamen, uma obra que reúne 90 breves ensaios de “análise do mundo”, sobre temas como a filosofia política, a vida no campo e a inteligência artificial, e “Construir a Revolução. O 25 de Abril e a Dinamização Cultural do MFA”, de Sónia Vespeira de Almeida, obra que revisita as campanhas de dinamização do Movimento das Forças Armadas, que percorreram sobretudo o interior rural do país.

“Lampedusa. Ir e não chegar”, da jornalista Ana França, é a proposta da editora para fevereiro, um livro que recorda o naufrágio de 03 de outubro de 2013 — o pior da história da ilha de Lampedusa, o território europeu onde chegaram mais migrantes nos últimos 30 anos —, que resultou na morte de 366 pessoas.

No mesmo mês, sairá o clássico da tragédia grega “Prometeu Agrilhoado”, atribuída a Ésquilo, com nova tradução, ensaio introdutório e notas de Maria Mafalda Viana.

Esta tragédia trata do castigo dado por Zeus a Prometeu, por ter devolvido o fogo aos homens, condenando-o a sofrer eternamente o mesmo castigo — suportar diariamente os ataques de uma águia, que lhe devorava o fígado, que voltava a crescer durante a noite.

Em março, chega “Guerras Culturais”, de Rui Tavares, livro que recupera as aulas dadas pelo historiador para a oficina “Guerras Culturais, Outrora e Agora, Aqui e Lá Fora”, que decorreu em maio de 2024.

Esta obra mostra como a história das guerras culturais “ajuda a compreender o presente e o futuro, incluindo textos sobre Lutero e tipografia, a Revolução Francesa, jornalismo, telefonia e Roosevelt, e redes sociais”.